Marlon Brando, intérprete de Jor-El no filme Superman (1978), protagonizou uma série de conflitos durante as gravações e quase comprometeu a produção do longa, segundo relatos da equipe. O ator, que vive o pai do Superman no cinema, acumulou polêmicas nos bastidores e não era bem visto pelo elenco.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, em 2016, o diretor Richard Donner afirmou que o comportamento de Brando colocou a franquia em risco. Segundo ele, o ator sugeriu que Jor-El fosse retratado como “uma mala” ou um “bagel verde que falava com a voz de Brando”. “Eu disse ‘Meu Deus, isso acabou, o filme não vai acontecer’. O homem destruirá tudo. Isso é impossível. Jor-El será um bagel”, relembrou o diretor.
A proposta, porém, não seguiu em frente. Donner conseguiu convencer Brando a abandonar a ideia e manter o personagem próximo da representação tradicional.
Brando também impôs outras condições durante as filmagens. Conhecido por morar em um trailer, o ator pediu para trabalhar apenas 12 dias no set e irritou Christopher Reeve, intérprete do Superman, por não ter decorado as falas. O diretor afirma que precisou adaptar a gravação. “A equipe teve que colocar o diálogo de Brando no peito de outros atores”, contou.
Após o lançamento do filme, Brando processou a Warner Bros. solicitando parte dos lucros de bilheteria e questionando aspectos da produção e da exibição do longa. Mesmo com as polêmicas, sua atuação em Superman foi bem recebida pela crítica na época. Devido aos conflitos, Brando ficou de fora de Superman II. Ele morreu em 2004, mas voltou às telas na versão Superman II: The Richard Donner Cut, lançada em 2006.