A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou o youtuber João Paulo Manoel, de 45 anos, conhecido como Capitão Hunter, pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil, envolvendo adolescentes. Segundo relatório da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), foram identificados elementos suficientes da exploração sexual de crianças.
Ao todo, os crimes apontados podem levar a uma pena acumulada de mais de 15 anos. As investigações das vítimas no Rio foram encerradas, mas o youtuber segue sendo investigado pela suspeita de existirem outras vítimas em outros estados do país.
Capitão Hunter segue preso em Santo André, na Grande São Paulo. No relatório, a polícia pede pela conversão de sua prisão de temporária para preventiva. Pelo envolvimento de menores de idade, o processo corre sob sigilo de Justiça.
INVESTIGAÇÃO
João Paulo Manoel foi alvo de uma operação conjunta das polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo em outubro deste ano. Hunter somava mais de um milhão de seguidores nas redes sociais e fazia postagens sobre personagens infantis e jogos online, principalmente do universo Pókemon.
A investigação começou a partir da denúncia de uma menina de 13 anos. A vítima começou a conversar com o youtuber pela internet há cerca de 2 anos. A família mostrou os bate-papos e vídeos supostamente de Hunter com partes íntimas masculinas à mostra.
Para não deixar rastros, o influenciador ainda convencia e ensinava a menor a apagar as mensagens. Foram, ao menos, quatro episódios do tipo, inclusive com recusas da vítima às investidas do abusador.
João Manoel é descrito pela polícia como "abusador com elevado grau de periculosidade". Na época da prisão, o então advogado de defesa, Rafael Feltrin, disse que as acusações eram inverídicas e seriam esclarecidas no momento oportuno.