A Justiça do Rio de Janeiro expediu nesta terça-feira (22) um mandado de prisão contra o rapper Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno. Ele foi indiciado por sete crimes após, segundo a Polícia Civil, ter impedido a apreensão de um adolescente foragido por roubo, na noite de segunda-feira (21), em sua residência no Joá, Zona Oeste da capital.
O que aconteceu?
De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) receberam a informação de que o menor, conhecido como “Menor Piu”, estaria escondido na casa do artista. Contra o adolescente havia um mandado de busca e apreensão por envolvimento em diversos crimes, entre eles, roubo de veículos. Ele seria também segurança de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como liderança do Comando Vermelho no Complexo da Penha.
Durante a tentativa de abordagem, ainda na via pública, a polícia afirma que o cantor incentivou a resistência à operação. Curi relatou que Oruam teria convocado seguidores pelas redes sociais e atirado pedras contra os policiais. Um agente foi ferido, e a viatura danificada. O adolescente conseguiu fugir após abrir a porta da picape em que estava detido.
Com a confusão, os policiais entraram na residência alegando flagrante delito. Um homem foi preso durante a ação. Após o episódio, o rapper teria fugido para o Complexo da Penha, de onde publicou vídeos desafiando as autoridades. Em um dos trechos, ele afirmou: “Me pegar aqui dentro do complexo! Não vai me pegar, sabe por causa de quê? Que vocês peida!”
Ainda segundo Curi, Oruam foi indiciado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, lesão corporal, ameaça, resistência qualificada, dano ao patrimônio público e desacato. O delegado declarou: “Ele se trata realmente de um marginal faccionado e está desafiando as autoridades”.
A defesa do cantor informou que ainda não teve acesso ao inquérito policial e, por isso, não irá se manifestar neste momento.
Outra prisão
Oruam já havia sido preso em flagrante em fevereiro deste ano, acusado de abrigar um foragido da Justiça em sua casa. Na ocasião, a polícia encontrou uma pistola 9 mm com kit-rajada e munições. O rapper também responde por um inquérito em São Paulo, por ter, segundo a investigação, disparado uma arma de fogo em um condomínio, colocando moradores em risco.
Filho de Marcinho VP, apontado pelo Ministério Público como uma das lideranças do Comando Vermelho, o artista possui tatuagens em homenagem ao pai e a Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.