Marlon Brendon Coelho Couto Silva, conhecido como MC Poze do Rodo, informou a agentes penitenciários, durante a triagem feita logo após sua prisão, que tem ligação com o grupo Comando Vermelho (CV). A confirmação dessa declaração consta no prontuário de ingresso no sistema prisional do Rio de Janeiro, obtido com exclusividade pela coluna da jornalista Mirelle Pinheiro.
Documento que MC Poze marca a opção que pertence ao Comando Vermelho - Foto: Exclusivo Metrópoles
o que diz o documento oficial
No documento oficial, que foi preenchido durante a entrada do cantor na Penitenciária Dr. Serrano Neves, também chamada de Bangu 3A, consta um “X” marcado na opção “CV” do campo destinado à ideologia declarada, indicando a facção com a qual o preso afirma estar relacionado. A ficha ainda informa que a prisão é temporária, com validade inicial de 90 dias, e registra que o artista não concluiu o ensino médio.
A unidade prisional em questão, Bangu 3A, é conhecida entre os profissionais do sistema como um espaço sob influência do Comando Vermelho, o que, segundo normas da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), justifica a escolha da unidade para a custódia. De acordo com a secretaria, é um procedimento comum perguntar aos presos recém-chegados se possuem ligação com alguma facção, como forma de prevenir conflitos entre grupos rivais dentro dos presídios.
Detenção e investigações
Na quinta-feira (29/5), agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro prenderam MC Poze sob suspeita de fazer apologia ao crime e de envolvimento com o tráfico de drogas. Além disso, o cantor está sendo investigado por possíveis casos de cárcere privado e tortura. Um homem relatou ter sido mantido preso e agredido após ser acusado de furto dentro da casa do artista, localizada no bairro Recreio dos Bandeirantes.
Outro inquérito foi instaurado após um show realizado em 17 de maio, na comunidade Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. Durante o evento, imagens registraram a presença de homens portando fuzis. Em uma das gravações, é possível ver pelo menos duas armas longas sendo exibidas enquanto o público acompanhava a apresentação. Os vídeos circularam nas redes sociais e serviram de base para a abertura de uma nova investigação com o objetivo de identificar quem levou armamento restrito ao local.
O evento aconteceu um dia antes de uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em que o agente José Lourenço foi atingido na cabeça e morreu após ser levado para atendimento médico. A operação tinha como foco uma fábrica de gelo clandestina.