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Ícone do samba, Haroldo Costa morre aos 95 anos no Rio de Janeiro

Em nota, os familiares informaram que os detalhes sobre o velório e o sepultamento serão divulgados posteriormente.

O ator, diretor e comentarista de carnaval Haroldo Costa morreu aos 95 anos neste sábado (13), no Rio de Janeiro. Ele enfrentava problemas de saúde relacionados à idade e havia passado por internações recentes. A morte foi confirmada pela família por meio das redes sociais do artista.

Em nota, os familiares informaram que os detalhes sobre o velório e o sepultamento serão divulgados posteriormente.

TRAJETÓRIA NA TV E NO TEATRO

Carioca, Haroldo Costa construiu uma carreira multifacetada nas artes. Na TV Globo, atuou como diretor de musicais, além de ter sido diretor e jurado de programas de auditório, trabalhando com nomes consagrados como Dercy Gonçalves, Chacrinha e Moacyr Franco.

Antes da televisão, iniciou sua trajetória profissional como ator no Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias do Nascimento. No grupo, participou da montagem de “O Filho Pródigo” e dividiu cena com artistas que se tornariam referências nacionais, como Ruth de Souza, Grande Otelo e Milton Gonçalves.

Foi nos palcos que alcançou um de seus maiores feitos: ao interpretar o protagonista de “Orfeu da Conceição”, tornou-se o primeiro ator negro a atuar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

RETORNOS À DRAMATURGIA

Na televisão, Haroldo Costa voltou a atuar em produções marcantes. Em 1999, integrou o elenco da minissérie “Chiquinha Gonzaga”, de Lauro César Muniz, interpretando Raymundo da Conceição. Já em 2012, participou de “Suburbia”, projeto de Paulo Lins e Luiz Fernando Carvalho, vivendo o personagem seu Aloysio.

PAIXÃO PELO CARNAVAL

Foi no carnaval que Haroldo Costa deixou uma marca definitiva. Em entrevista ao Memória Globo, destacou a importância da festa para a identidade nacional:

"Meu pai era carnavalesco, saía no carnaval. Eu sempre gostei, já escrevi vários livros sobre o carnaval, pretendo escrever mais alguns ainda, porque acho o carnaval uma coisa essencial que define a gente como brasileiro. Acho que a definição mais correta do brasileiro é feita através do carnaval, eu acredito piamente nisso."

Ele integrou o corpo oficial de jurados da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), função da qual se afastou em 1963, após um desfile do Acadêmicos do Salgueiro, escola da qual se tornou torcedor. Também foi jurado do Estandarte de Ouro, uma das mais tradicionais premiações do samba.

OBRA E LEGADO

Haroldo Costa é autor de diversos livros sobre o carnaval carioca, entre eles “Salgueiro: Academia de Samba” (1984), “100 Anos de Carnaval no Rio de Janeiro” (2001) e “Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil” (2005). Além da literatura, assinou a produção de grandes espetáculos musicais dedicados ao samba.

Mais recentemente, em 2023, atuou como curador da exposição “Heitor dos Prazeres é meu nome”, no CCBB-Rio, ao lado de Raquel Barreto e Pablo León de La Barra, reafirmando seu compromisso com a valorização da cultura negra e da memória do samba brasileiro.

REFERÊNCIA CULTURAL

Com uma trajetória marcada pela inovação, representatividade e defesa do carnaval como expressão da identidade nacional, Haroldo Costa deixa um legado fundamental para o teatro, a televisão e a cultura popular brasileira.