Com certeza você, mulher (ou mesmo quem convive com uma), já ouviu falar muito sobre a famosa Tensão Pré-Menstrual (TPM). Esse termo serve para descrever uma série de sinais e sintomas físicos e emocionais que ocorrem nos dias que antecedem a menstruação — algo extremamente comum e esperado no ciclo feminino. Estima-se que cerca de 80% das mulheres experimentam algum grau de TPM ao longo da vida reprodutiva.
Na maioria das vezes, esses sintomas são incômodos, mas não causam prejuízos relevantes à rotina diária, às relações pessoais ou ao desempenho profissional. Mas... e quando isso muda? Quando a TPM deixa de ser apenas um incômodo e passa a ser algo grave e limitante?
Nesses casos, pode-se estar diante de uma condição chamada Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) — uma forma severa da TPM que requer atenção médica.
Um caso real: Fernanda Machado e o TDPM
Recentemente, a atriz Fernanda Machado, de 44 anos, veio a público compartilhar sua experiência com o diagnóstico de TDPM e toda a jornada que enfrentou até iniciar o tratamento adequado. Seu depoimento emocionou muitas mulheres que, como ela, vinham sofrendo em silêncio, sem saber o que estavam enfrentando.
TPM e TDPM: qual a diferença?
Sintomas comuns da TPM:
- - Inchaço abdominal
- - Sensibilidade nos seios
- - Irritabilidade leve
- - Cansaço
- - Ansiedade leve
- - Dores de cabeça
Esses sinais geralmente desaparecem logo após o início da menstruação e podem ser controlados com medidas simples, como alimentação balanceada, atividade física e descanso adequado.
Sintomas do TDPM:
- - Alterações intensas e repentinas de humor
- - Crises de raiva e irritabilidade
- - Ansiedade grave
- - Sentimentos de tristeza profunda ou desesperança
- - Choro fácil e sensação de perda de controle
- - Fadiga intensa e debilitante
- - Dificuldade de concentração
- - Desejo de se isolar socialmente
Além desses sintomas emocionais, também podem estar presentes dores físicas similares às da TPM, mas em intensidade maior. O grande diferencial é que o TDPM compromete significativamente a vida da mulher — afetando trabalho, estudos, relacionamentos e até sua autoestima.
Comparativo entre TPM e TDPM:
Aspecto | TPM | TDPM |
Frequência | Muito comum (80–90%) | Menos comum (3–8%) |
Intensidade | Leve a moderada | Grave e incapacitante |
Duração | 2 a 5 dias antes da menstruação | 7 a 14 dias antes da menstruação |
Impacto na rotina | Incômodo, mas tolerável | Prejudica vida pessoal, social e profissional |
Tratamento | Medidas naturais, analgésicos | Antidepressivos, anticoncepcionais, terapia |
Reconhecimento médico | Condição fisiológica | Transtorno mental reconhecido (DSM-5) |
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do TDPM é clínico, baseado em um histórico detalhado e no acompanhamento dos sintomas por, no mínimo, dois ciclos menstruais consecutivos. Muitas vezes, o médico solicita que a paciente mantenha um diário dos sintomas para mapear o padrão cíclico.
Tratamentos possíveis:
- - Antidepressivos ISRSs (como fluoxetina e sertralina)
- - Anticoncepcionais hormonais, especialmente os que inibem a ovulação
- - Psicoterapia (especialmente a terapia cognitivo-comportamental)
- - Medidas complementares: prática de exercícios físicos, alimentação saudável e técnicas de manejo do estresse
Quando procurar ajuda?
Se você nota que os sintomas pré-menstruais estão afetando seu humor, produtividade, relacionamentos ou sua saúde mental, não ignore. O TDPM é um distúrbio real, sério e com tratamento eficaz. Buscar ajuda de um ginecologista ou profissional de saúde mental é o primeiro passo para recuperar o equilíbrio e a qualidade de vida.
Conclusão
Muitas mulheres passam anos acreditando que o sofrimento intenso antes da menstruação é “normal”, quando na verdade estão enfrentando um transtorno que tem nome, diagnóstico e tratamento. Saber diferenciar a TPM do TDPM é essencial para cuidar da saúde física e emocional.
Se você se identificou com esse conteúdo ou conhece alguém que pode estar vivendo isso, compartilhe este artigo. Informação pode ser o primeiro passo para a cura.