Rany Veloso

Coluna da jornalista Rany Veloso, direto de Brasília

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Presidente da Câmara sinaliza freio em projeto de anistia a golpistas do 8 de Janeiro

Sóstenes Cavalcante protocolou ontem pedido de urgência para votação da Anistia

Por Rany Veloso 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se pronunciou nesta terça-feira (15) pela primeira vez após a apresentação da urgência do projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em tom cauteloso, Motta destacou a importância de respeitar o processo democrático e sinalizou que o texto não deverá ser pautado neste momento.

“Democracia é discutir com o colégio de líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho”, afirmou o parlamentar, que está em viagem pessoal aos Estados Unidos.

A fala ocorre um dia após o PL de Bolsonaro ter solicitado urgência na votação do projeto, como antecipado por esta coluna.

Motta reforçou que é preciso responsabilidade no exercício de funções públicas, sobretudo diante de temas sensíveis.

“É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, disse, em sinal claro de que não há intenção de colocar o tema em votação imediata.

A urgência do projeto de lei, protocolado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da legenda na Câmara, reúne 262 assinaturas e propõe o perdão amplo e irrestrito aos envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes, que pediam intervenção federal no 8 de janeiro de 2023.

A proposta poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível, abrindo caminho para uma eventual candidatura em 2026.

Sóstenes disse que decidiu protocolar o texto com urgência após identificar uma articulação do governo junto a deputados para retirar assinaturas do projeto.

A movimentação gerou tensão na base bolsonarista, que teme a perda de apoio ao texto antes mesmo de sua apreciação em plenário.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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