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Sexo anal sem tabu: mitos, verdades e o que você precisa saber

Apesar das sensações positivas que pode oferecer, a prática ainda enfrenta estigmas

Embora ainda seja visto como um tabu em muitas relações, o sexo anal pode proporcionar prazer semelhante a outras formas de atividade sexual, exigindo, no entanto, cuidados específicos. A sexóloga Alessandra Araújo afirma que a região anal contém diversas terminações nervosas capazes de gerar sensações prazerosas quando estimuladas da maneira correta.

sobre a estimulação anal

No caso de pessoas com próstata, a estimulação anal pode resultar em prazer intenso, devido à sensibilidade dessa glândula, frequentemente associada a orgasmos profundos. Para pessoas sem próstata, o prazer pode estar ligado à ativação das terminações nervosas e à conexão emocional com a situação.

Há aspectos que se aplicam a todos. “O relaxamento da musculatura, o uso de lubrificação e uma abordagem gradual são fundamentais para tornar a prática prazerosa”, segundo Alessandra.

Apesar das sensações positivas que pode oferecer, a prática ainda enfrenta estigmas. De acordo com a especialista, a associação entre o sexo anal e a comunidade LGBTQIA+ é fruto de contextos culturais e sociais, embora essa prática esteja presente em diferentes culturas e entre casais de variadas orientações. “Para desmistificar essa visão, é importante abordar o sexo anal de forma natural como uma prática humana, independente da orientação sexual, e mostrar que o prazer anal não define a identidade de alguém”, diz.

Cuidados e mitos


A região anal não possui lubrificação natural e é suscetível a desconfortos. “Antes de qualquer tentativa, o casal deve conversar abertamente sobre desejos, expectativas e limites. A comunicação deve continuar durante o ato, com sinais verbais ou não verbais para ajustar a intensidade e o ritmo”, orienta Alessandra. A especialista também esclarece que, com preparação, lubrificação e paciência, a prática não precisa ser dolorosa. Ela desmente ainda a ideia de que o sexo anal leva à perda de controle do esfíncter, explicando que o ânus é um músculo e pode ser fortalecido.

O uso de anestésicos, contudo, não é recomendado. A médica Thais Takahashi complementa que a prática não causa hemorroidas, mas pode ser desconfortável para quem já tem a condição. Ela reforça a necessidade de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e destaca a PrEP, disponibilizada pelo SUS, como método de prevenção contra o HIV — mediante acompanhamento médico.

Para os iniciantes


Quem está começando pode optar por posições que permitem maior controle, como deitados de lado ou com a pessoa por cima. A sexóloga recomenda movimentos lentos e o uso constante de lubrificante. Dispositivos como plugs pequenos com base larga, dilatadores e vibradores de próstata podem auxiliar na adaptação e ampliação do prazer. Ela orienta a escolha de materiais seguros e a correta higienização dos itens antes e após o uso.

Beijo grego


O ato de estimulação oral da região anal pode ser seguro se houver higienização prévia com água, sabão ou lenços, além do uso de proteção. Deve-se evitar a prática quando houver irritações, cortes ou infecções na boca ou no ânus. A escovação dos dentes antes e depois também reduz riscos de contaminação.

Fisting


O fisting é uma prática sexual em que o parceiro insere parcial ou totalmente a mão no reto ou na vagina. A atividade exige alto nível de cuidado, comunicação e confiança entre os envolvidos. Lubrificação abundante, alongamento gradual e respeito aos limites são fundamentais para evitar lesões. O uso de luvas e a higienização são recomendados para maior segurança.

Com informações do Blog Daquilo.

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