Pistas, sons e um tiro
Lordello foi além da observação da postura da personagem. Ele analisou o som do disparo e apontou uma contradição técnica: “Pelo som, é possível ouvir o tilintar de uma cápsula no chão. Isso só acontece com pistola, não com revólver”, explicou.
Segundo ele, esse detalhe é fundamental para entender quem poderia ter ajudado Odete a encenar a própria morte. “Isso significa que alguém participou da simulação, alguém que sabia usar uma arma e limpou todas as provas”, completou.
Outra inconsistência apontada por Lordello está na posição do tiro. Ele afirma que o disparo atinge a parede perto da moldura, mas quando Odete cai, o buraco aparece em outro ponto — um erro que, para ele, denuncia a encenação.
O especialista acredita que a empresária usava um squib, um pequeno dispositivo com sangue falso usado em gravações e simulações de tiro. “Ela aperta o controle, o sangue sai, e o comparsa recolhe o squib, a cápsula e a pistola. É a simulação perfeita”, detalhou.
Lordello diz ainda que, para parecer desacordada, a vilã pode ter tomado um ‘Sossega Leão’, substância que reduz os sinais vitais. “Ela é rica, inteligente e fria o suficiente para planejar isso. Queria algo que convencesse até a polícia”, afirmou.