Erika Hilton
Erika Hilton, deputada federal pelo PSOL de São Paulo, viveu experiências marcadas por dificuldades que refletem o que muitas mulheres trans e negras enfrentam no país. Aos 15 anos, após ser expulsa de casa por causa da sua identidade de gênero, teve que lidar com a realidade das ruas e recorreu à prostituição como forma de sobreviver. Ela define esse período como “prostituição compulsória”, uma situação frequente para mulheres trans em um cenário onde a violência e a transfobia são constantes.
Durante esse tempo, Erika passou a entender como a violência contra pessoas trans, especialmente negras e da periferia, não acontece por acaso, mas faz parte de um processo de exclusão. Mesmo tendo enfrentado o perigo nas ruas, hoje relata que os riscos são ainda maiores, pois as ameaças são direcionadas a ela de forma direta, o que as torna mais presentes e pessoais.
A reconciliação com sua mãe aconteceu depois que ela se afastou de crenças religiosas mais rígidas. Com esse apoio, Erika voltou a estudar, terminou o ensino médio e entrou na Universidade Federal de São Carlos, onde começou a se envolver com política. Sua vivência levou à decisão de se engajar na luta pelos direitos da população trans e negra, ocupando espaços de representatividade e enfrentando as dificuldades com firmeza.