Modelo brasileira vetada da 'Victoria's Secret' |
Foto: Reprodução / Montagem Entretemeio
A modelo brasileira Mariana Marquini foi eliminada nesta terça-feira (8) da seletiva para integrar o time de modelos da Victoria’s Secret, em Nova York, após três etapas bem-sucedidas e um ensaio fotográfico oficial. A exclusão aconteceu porque a marca descobriu que ela mantém perfis em plataformas de conteúdo adulto, onde publica fotos e vídeos sensuais e chega a faturar cerca de R$ 60 mil por mês.
Mariana Marquini — Foto: Divulgação
Eliminação e justificativa polêmica
A decisão foi comunicada à modelo um dia após o ensaio. Segundo Mariana, o comunicado da agência responsável pelo recrutamento informava que sua participação havia sido cancelada por “ferir os valores da agência/marca e os bons costumes exigidos no casting”. O documento ainda afirmava que conteúdos +18 seriam incompatíveis com a imagem da Victoria’s Secret.
Mariana Marquini — Foto: Instagram
“Não me vitimizo, mas isso é sim um reflexo do falso moralismo que ainda domina o meio da moda, esse universo artístico que dizem ser tradicional. Querem corpos perfeitos, mas não aceitam mulheres que se empoderam e ganham dinheiro com a própria sensualidade. O mundo mudou, mas algumas agências ainda vivem no século passado”, desabafou Mariana.
Determinada a manter sua independência financeira e pessoal, ela afirmou que não pretende apagar suas contas nas plataformas adultas. “Enquanto uma campanha publicitária me paga R$ 8 ou 10 mil, com muito esforço e burocracia, nas plataformas adultas eu faturo R$ 60 mil todo mês. E com total liberdade sobre meu corpo, minha imagem e minhas regras. Não tem por que eu abrir mão disso por conta de ‘valores tradicionais’ que só valem quando é conveniente para eles”, declarou.
Mariana Marquini — Foto: Instagram
Com a repercussão do caso, Mariana aproveitou para denunciar o que considera uma contradição dentro da própria indústria fashion. Segundo a modelo, há um discurso incoerente em uma marca que construiu sua identidade justamente explorando o apelo sensual feminino em campanhas publicitárias.
“Eles querem vender sensualidade, mas punem quem se apodera da própria. É como se dissessem: ‘seja sexy, mas só do jeito que a gente manda’. Para mim, isso não é liberdade, é controle disfarçado de oportunidade. E mais, já é uma relação tóxica. Penso que a agência agiu de má-fé, me dando esperanças. Essa regra já deveria existir desde o início”, concluiu Mariana.