Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, morreu nesta quarta-feira (23), aos 43 anos, em Aracaju (SE). A cantora estava internada desde 11 de fevereiro, em virtude de problemas renais. A informação foi divulgada pelo Hospital Primavera, que informou que ela faleceu às 19h26 em decorrência de um quadro de 'comprometimento multissistêmico'.
O quadro clínico da cantora, que era integrante da banda Calcinha Preta, se agravou nos últimos dias. Ela foi internada após sentir dores, logo depois de ter chegado em Aracaju de uma turnê com a banda, em São Paulo, e o caso evoluiu para um coma profundo.
“Nas últimas 24 horas apresentou importante agravamento de lesões neurológicas, constatadas em ressonância magnética e associadas a coma profundo. Foi então inciado o protocolo de morte encefálica, que confirmou a hipótese após exames clínicos e complementar específicos”, diz nota de falecimento do hospital.
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Uma campanha de doação de sangue foi realizada para a artista, que passava por hemodiálise. Correntes de orações foram realizadas durante dias por fãs em frente aos hospitais em que ela ficou internada, mas Paulinha não resistiu. Questionada sobre possíveis sequelas, a equipe médica que a acompanhava chegou a dizer que o maior desafio era “mantê-la viva”.
O perfil oficial da cantora Paulinha Abelha, postou um texto exaltando a artista.
"É com profunda tristeza que comunicamos que a nossa querida Paulinha Abelha nos deixou e partiu para o outro plano. Com certeza já está nos braços do Pai. Nenhuma palavra será suficiente para expressar o sentimento de imensurável de dor pela perda deste ser de luz. Muita honra para todos nós termos compartilhado a vida, a arte, a voz, a alegria, a amizade, o sorriso... Tantos momentos que ficarão na lembrança de cada um de nós. Vá em paz!", começava a publicação.
"Paulinha respirava a sua família, a arte e cultura, os fãs, o palco... Ela era tão leve, que o seu pouso nesta existência foi breve. Mas o suficiente para polinizar amor e paz em abundância. Foram 30 anos de carreira profissional e mais de duas décadas dedicadas a banda Calcinha Preta. E será eterna a sua colaboração na nossa música, na nossa vida. Paulinha fechou as cortinas aqui na Terra, hoje, para ir falar de música e amor lá no Céu. Por uma eternidade vamos lembrar desta doce criatura!", ainda diz o post.
Cronologia da internação
11 de fevereiro - a cantora Paulinha Abelha foi hospitalizada em Aracaju depois de chegar de uma turnê com a banda Calcinha Preta em São Paulo. A internação foi para tratar de problemas renais, mas a causa não foi divulgada;
14 de fevereiro - o quadro da cantora se agravou e ela foi transferida para a UTI. A partir daí, passou a fazer diálise;
17 de fevereiro - O boletim médico desse dia informou que Paulinha estava em coma e, por causa da instabilidade neurológica, não tinha condições clínicas suficientes para a transferência. No fim da noite a situação mudou e ela foi transferida para o Hospital Primavera, na Zona Sul de Aracaju, para fazer novos exames renais;
18 de fevereiro - o boletim médico informou que a artista permanecia em coma, clinicamente estável, com quadro de infecção controlado e respirando com o suporte de aparelho. A assessoria da cantora disse ainda que estava descartada a possibilidade de morte cerebral, e que naquela tarde ela passaria por mais uma sessão de hemodiálise. Segundo a assessoria, Paulinha estava sendo submetida a um novo tratamento, que só deveria apresentar resposta em 72 horas. Com relação à transferência para hospital de outro estado, a assessoria informou que não havia previsão de quando poderia acontecer;
19 de fevereiro - No fim da manhã do sábado, novo boletim informava que após a investigação com exames complementares, foi afastada a possibilidade da cantora estar com "doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a comunidade". O documento não trouxe mais detalhes sobre quais doenças seriam essas. À noite, os médicos informaram que ela estava intubada e em coma persistente;
20 de fevereiro - Segundo o boletim médico do domingo, a cantora apresentou quadro neurológico grave e permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela também continuava em coma e intubada;
21 de fevereiro - na segunda-feira, a artista seguia com quadro neurológico grave, sem sinais de instabilidade hemodinâmica, respirando com a ajuda de aparelhos e necessitando de diálise.
História
Natural do município de Simão Dias, no interior de Sergipe, Paula de Menezes Nascimento Leça Viana, trabalhou com pai comercializando em feiras livres. Começou a carreira como cantora profissional na banda Panela de Barro, onde fez dupla com o cantor Daniel Diau.
Os dois voltaram a cantar juntos na Calcinha Preta, que também é composta, atualmente, por Silvânia Aquino e Bell Oliver. A história na banda tem idas e vindas, mas começou no final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu. Ao todo, ela gravou 21 CDs e três DVDs.
A cantora foi homenageada na música que leva o seu nome, "Paulinha". Deixou a banda em 2009 para integrar a G.D.Ó. do Forró com Marlus Viana, com quem foi casada. Em 2014, retornou para a Calcinha Preta. Em 2016, Paulinha deixou a banda para formar dupla com a Silvânia Aquino, retornando ao grupo em 2018.
Entre os maiores sucessos interpretados por Paulinha estão as músicas: "Furunfa", "Baby dool", "Louca por ti", "Sonho Lindo", "Armadilha", "Paulinha" e "Ainda te amo".
A Calcinha Preta gravou um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à rotina de shows após meses sem apresentações por conta da pandemia.
Até a internação de Paulinha, o último compromisso do grupo foi a gravação do podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro. Paulinha era casada com o modelo Clebinho Santos e não tinha filhos.