Merlong Solano diz que Lula escapou de ditadura após atos do dia 8

Por Rany Veloso 

Um mês após os ataques de criminosos às sedes dos três poderes em Brasília, o deputado Merlong Solano (PT-PI), acredita que os atos foram uma tentativa de golpe e avalia positivamente o fato de Lula não ter optado por GLO (Garantia da Lei e da Ordem), caso contrário, as Forças Armadas poderiam aderir a uma ditadura no Brasil. 

“Se o presidente Lula junto com o ministro da Justiça Flávio Dino tivessem cometido um erro de chamar as Forças Armadas para a rua aplicando a Garantia da Lei e da Ordem, acho que as Forças Armadas dificilmente voltariam aos quartéis”, chamou atenção. 

Lula decretou ainda no dia 8 intervenção federal na área da Segurança do Distrito Federal. Na visão do deputado Merlong, havia um movimento arquitetado para levantar um sentimento de desconfiança de alguns setores das Forças Armadas contra Lula, que teria como consequência uma nova ditadura. 

“Fazer isso desaguar num grande descontentamento militar para que eles se sentissem à vontade para embarcar numa nova aventura ditatorial”.

Hoje, uma operação conjunta de esforços na justiça soma 1.406 presos em flagrante, desses que passaram por audiência de custódia, 942 ainda estão em prisão preventiva. 20 foram presos em operação da Polícia Federal e 652 foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República e vão responder pelos crimes de golpe de estado e tentativa violenta de abolição do estado democrático de direito. A Justiça também já determinou o bloqueio de R$ 18,5 bilhões. Sete inquéritos foram abertos a pedido da PGR e Bolsonaro é investigado em um deles. 

Durante esta quarta-feira (08), reunião do Conselho Político da Coalizão, Lula, sem citar nome, disse não ter dúvida que Bolsonaro foi o grande responsável pela tentativa de golpe. “Hoje, não tenho dúvida de que isso foi arquitetado pelo responsável maior de toda a pregação do ódio, da indústria de mentira, da indústria de notícias falsas, que aconteceu nesse país nesses últimos quatro anos, porque não foi de agora, vem desde as eleições de 2018, quando a gente não tinha tido a experiência da indústria das fake news nesse país”.