José Osmando

Coluna do jornalista José Osmando - Brasil em Pauta

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Tem gente querendo lucrar com as desgraças do povo gaúcho

Rio grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por 70% da produção nacional.

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O mundo todo acompanha as tragédias que há três semanas castigam o Rio Grande do Sul, decorrentes de fortes chuvas, elevação espantosa do nível de rios, e consequentes enchentes que deixaram centenas de cidades inundadas, campos devastados, lavouras destruídas, 161 pessoas mortas até o dia de hoje, e uma destruição material gigantesca, atingindo moradias, estradas, pontes, escolas, hospitais e outros serviços de interesse público.

Esses episódios lamentáveis têm servido para necessária reflexão sobre as responsabilidades não cumpridas na prevenção de acidentes dessa natureza, mas, do mesmo modo, para revelar o lado bom e o lado ruim, negativo, degradante do ser humano. No primeiro caso, evidenciado num voluntariado caloroso que pessoas de todas as partes do Brasil demonstram para com os gaúchos vitimados pelas tragédias.

Mas nem todos os humanos conseguem ter o mesmo olhar, de colocar a bondade, o desejo de servir, no lugar da ganância e dos seus escusos interesses de proveito e ganho próprios.

Sabe-se que o Rio grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por 70% da produção nacional. Sabe-se, igualmente, que esse cereal, que é alimento indispensável à mesa das famílias brasileiras, juntando-se ao feijão em preferência e necessidade alimentar, teve seus plantios praticamente destruídos pelas enchentes de agora, e plantações já haviam sofrido duros ataques em dois outros episódios climáticos ocorridos no ano passado.

Diante dessa realidade, o Governo do Presidente Lula, para impedir que falte o produto ou que seus preços se elevem de maneira descomunal, decidiu, através da Conab, realizar um leilão de compra para obter o arroz junto aos países integrantes do Mercosul, do qual o Brasil faz parte. Estranha e vergonhosamente, esses países decidiram, em bloco, elevar em até 30% os preços do cereal, o que caracteriza, ao final das contas, uma nojenta especulação em cima do sofrimento e das necessidades do povo do Rio Grande. Se o governo brasileiro queria comprar 100 mil toneladas, agora, em razão da pegadinha dos membros do Mercosul, só poderia comprar 70 mil toneladas. O leilão, obviamente, foi cancelado.

 O que se vê agora, tem sido visto em outras tragédias registradas mundo afora. Um relatório que nos foi apresentado no final de 2022 pela Oxfam (organização que atua no acompanhamento de soluções para redução das desigualdades), apontou que a riqueza dos bilionários do mundo teve elevação recorde durante a pandemia da Covid-19, enquanto a maioria da população se viu em processo de empobrecimento, com cerca de 122 milhões de humanos mergulhados na fome. Com foco em 2020 e 2021, o estudo da Oxfam mostra que se deu aí o maior aumento da extrema pobreza em mais de 20 anos. No sentido aposto, a fortuna dos bilionários, em apenas 24 meses, aumentou de modo equivalente ao que se daria em 23 anos.

 A ganância não tem limite. Não respeita a dor de ninguém.



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As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.

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