“Alisava meu braço e pensava na bunda”, diz vítima de repórter

Ao menos 2 mulheres que denunciaram repórter Gérson de Souza relataram a mesma abordagem durante abuso

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Pelo menos duas mulheres que denunciaram o repórter Gérson de Souza à polícia por abuso sexual relataram a mesma abordagem: ele as acariciava em um dos braços enquanto dizia que estava pensando em suas nádegas. Na semana passada, o jornalista, um dos mais experientes da Record, foi acusado de assédio por 12 mulheres. A Polícia Civil, no entanto, só registrou três boletins de ocorrência. As informações são do Notícias na TV.

O repórter Gérson de Souza, que foi afastado pela Record após denúncias de assédio sexual

"Ele chegava perto de você, pegava no braço e ficava alisando. Você ficava sem saber o que fazer, e ele falava: 'Sabe por que é gostoso apertar essa parte do braço? Porque é como apertar a bunda. Ele alisava o meu braço pensando na minha bunda", relatou, indignada, uma vítima ao Notícias da TV, sob a condição de não ter sua identidade revelada. "Não quero que dêem Google no meu nome e me vejam como vítima de assédio sexual".

Segundo a jornalista, que trabalhou com Souza durante cinco anos no Domingo Espetacular, a "brincadeira era recorrente". "As pessoas em volta achavam engraçado, mas era tosco, constrangedor", lembra ela.

Um dos boletins de ocorrência lavrados em uma delegacia de São Paulo por outra vítima, na última quinta-feira (23), relata situação idêntica. Souza teria apertado o braço da mulher, uma editora, e dito: "Que gostoso! Sabe por que é gostoso? ? É gostoso porque essa parte parece a bunda, lisinha, molinha".

As abordagens do jornalista, que nega as acusações, incomodavam também quem não era vítima. Entre as 12 mulheres que procuraram a polícia, pelo menos três foram testemunhas de assédios ocorridos com outras pessoas, que não querem se expor.

"Ele era pegajoso, ficava acariciando, dando beijo de surpresa. Elas ficavam muito incomodadas, tentavam disfarçar, mas dava para perceber pelo olhar que elas queriam que ele parasse", conta uma das mulheres que denunciaram Souza na condição de testemunha.

Segundo ela, as vítimas se sentiam intimidadas, por isso demoraram a denunciar o jornalista. "Por ser um repórter experiente, respeitado, mais velho, a gente sempre ficava com um pé atrás", fala.



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