Galpão do Núcleo do Dirceu ameaça fechar suas portas por falta de investimento

Com um alto custo de manutenção e poucos incentivos por parte do poder público, um dos poucos centros de criação cultural de Teresina pode deixar de funcionar

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Galpão | Moises Saba
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O Galpão do Núcleo do Dirceu, que tem como objetivo fomentar espetáculos artísticos de teatro, dança, música e performances na zona Sudeste de Teresina, ameaça fechar as portas em razão de dívidas que vêm se acumulando com o passar do tempo. O espaço já foi palco de apresentações nacionais e sua produtividade artística e cultural tem reconhecimento em nível em todo o mundo.

Segundo Tássia Araújo, produtora cultural e artística do espaço, apenas para existir, o Galpão do Núcleo do Dirceu tem o custo mensal de R$ 5 mil para pagar contas de água, luz, internet, telefone, manutenção e limpeza do espaço, fora o cachê dos artistas que fazem parte dos espetáculos produzidos no local: “Artista trabalha e precisa ganhar dinheiro; assim como todo mundo, eles também precisam pagar as contas no final do mês”,diz.
Para Tássia, faltam incentivos por parte do poder público para manter as atividades do Galpão vivas: “O Galpão é um espaço aberto para artistas autônomos da cidade. Há cinco anos, quando o Núcleo saiu do João Paulo II e veio aqui pro Galpão, nós temos enfrentado muitas dificuldades e lutado muito para que as coisas aconteçam. O poder público nunca realmente quis dar alguma forma de apoio ou patrocínio pra cá, e não por falta de interesse nosso. Já houve tentativa dessa ligação, de alguma forma de apoio, mas não tivemos resposta. Há uma falta de preocupação e prioridade com a cultura”, afirma.

O Galpão do Núcleo do Dirceu contribui com a manutenção da cena cultural da cidade: “A gente vê que esse espaço é para a cidade, não é um espaço fechado onde tudo o que se cria fica aqui. Os espetáculos são todos abertos, todos gratuitos, pois é uma forma de difundir a arte e uma maneira que as pessoas enxerguem o circuito que é feito aqui”, explica Tássia.

Outro ponto levantado pela produtora é a questão da autonomia artística presente dentro do Galpão do Núcleo do Dirceu, onde os artistas não são condicionados a produzir somente uma linha: “Aqui é um espaço diferente dos outros lugares porque é autônomo, e a potência dos artistas criarem vem disso. Se aqui fechar, vai-se perder muito dessa criação autêntica”, conclui Tássia Araújo.

Galpão passa a cobrar ingresso para tentar se reerguer


Embora o Galpão tenha como prioridade oferecer lazer e atividades culturais gratuitamente, o espaço está cobrando ingressos para os espetáculos em programação para amenizar as dívidas:

“Neste momento de crise, estamos mais uma vez tentando levantar o Galpão com que nós mais nos propomos a fazer: espetáculos, noites culturais, exposições, ações de vídeo, bazar, etc. Desta vez nós vamos vender entradas, que é para ver se conseguimos reverter essa situação. Caso contrário, infelizmente, o Galpão vai ter que fechar as portas”, afirma a produtora artística e cultural Tássia Araújo.

As atividades que pretendem arrecadar dinheiro para sanar as dívidas do Galpão do Núcleo do Dirceu serão realizadas até o dia 30 de novembro. A primeira apresentação artística com esse intuito levada para o Galpão foi o espetáculo infantil Menu de Heróis, que encerrou turnê nacional em 21 cidades com as apresentações em Teresina no último final de semana.

Encaminhamento de apoio ao Galpão ainda não está definido



De acordo com informações colhidas junto à Fundação Cultural Monsenhor Chaves (FCMC), existe um encaminhamento, mas não há prazo e nada definido de maneira concreta. Porém, existe um interesse da Prefeitura Municipal de Teresina de manter o espaço vivo, em razão da contribuição cultural do Galpão do Núcleo do Dirceu para a cidade.

O que se sabe é que este encaminhamento está em estudo: “Há uma solicitação que está sendo estudada, mas é de interesse da prefeitura apoiá-los. Quanto a atividade cultural, o Galpão é bastante representativo. Temos profundo interesse em ajudar”, confirma Daniel Aracaci, gerente de Promoção Cultural da FCMC.

Fotos: Moises Saba

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