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Golpe no Sudão: quatro perguntas e respostas para entender a crise política - O que está por trás da tensão política?

Reunimos alguns pontos que você precisa saber sobre o golpe militar no Sudão. - O que está por trás da tensão política?

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O que está por trás da tensão política?

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Os líderes militares do governo de transição exigiram reformas de seus colegas civis e pediram a substituição do gabinete do primeiro-ministro. A manobra foi considerada um golpe por líderes civis.

Houve vários golpes fracassados desde 2019, o mais recente deles no mês passado. A principal figura civil, o primeiro-ministro Abdallah Hamdok, ligou o movimento a seguidores leais a Bashir - muitos dos quais dizem estar inseridos nas forças armadas, nos serviços de segurança e em outras instituições do Estado.

Nas últimas semanas, manifestantes pró-exército invadiram a capital, Cartum. Por outro lado, também houve grandes protestos espontâneos em apoio ao primeiro-ministro. Os manifestantes pró-militares acusaram o governo de não conseguir solucionar os problemas do país.

Hamdok tinha implantado algumas medidas impopulares para tentar reformar a economia, como uma redução de subsídios aos combustíveis. A fragilidade política do Sudão tem um longo precedente, no entanto.

Nas décadas anteriores, a fragmentação dos partidos políticos e sua incapacidade de construir consenso pavimentaram o caminho para tentativas de tomada do poder por meio de golpes militares. As tentativas de ruptura tinham como pretexto a "restauração da ordem", como escreve o analista regional Magdi Abdelhadi.

Hoje, no Sudão, existem pelo menos 80 partidos políticos. Este amplo partidarismo conturbou o Conselho Soberano: divisões internas entre os campos militares e civis travaram qualquer consenso político.

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