Por Sávia Barreto
Muito próximo do Progressistas, o prefeito de Teresina, Firmino Filho, é a principal liderança do PSDB em Teresina. A situação apresenta uma dicotomia: sem Firmino, o PSDB murcha. Com Firmino, o PSDB se viu esvaziado de outras lideranças com potencial eleitoral estadual, entre elas o cientista político Washington Bonfim, e a primeira-dama e deputada estadual Lucy Silveira, ambos filiados, através da interlocução de Firmino, ao partido comandado pelo senador Ciro Nogueira.
Tendo em vista esse contexto, o discurso do deputado estadual Marden Menezes na convenção do PSDB no último sábado, 04, foi um tom acima do indicado para um evento que tentou ser marcado pela “união”. O blog Primeira Mão estava presente no momento e captou a ênfase nas sílabas do discurso que poderiam ser lidas como indiretas ao prefeito da capital. O raciocínio de Marden foi o seguinte: as siglas mais à direita minguaram com a ascensão dos governos de esquerda (Lula e Dilma Rousseff) em 16 anos.
Dessa forma, o caminho da oposição não foi fácil e poucos permaneceram nele com convicção: “Eu e Luciano (Nunes) sempre ficamos na oposição. Nunca arredamos o pé dessa posição. Fazendo aquilo que propunha o P-S-D-B! A única menção de Marden Menezes a Firmino Filho foi a seguinte, bem sucinta: “Respeito ao Firmino como gestor e liderança histórica”. Ponto final.
O ex-deputado Dr.Pessoa (sem partido) flerta com o PSDB e passou na convenção, deixando claro aos que estranharam sua presença lá justificando que é um “cidadão livre e vai onde quer”. Recordando: ele disputou contra o tucano Firmino Filho em 2016. Pessoa até justificou por que recebeu o prefeito em casa há algumas semanas: “Ele perguntou se podia ir lá em casa, só se eu fosse ignorante em não aceitar”.
Quem falou como pré-candidaro a prefeito foi o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Charles Silveira. Ele deu o tom do que se resumiu a convenção do partido: um chamado para 2022. “Queremos transformar o estado da mesma forma que transformamos a cidade de Teresina”, disse ele.
Para isso, o blog analisa que os tucanos precisam garantir que Firmino Filho fique mesmo no partido depois da eleição municipal de 2020 - já que não há até agora no PSDB outra liderança competitiva para a próxima eleição estadual. E, paralelamente a isso, precisa formar um bom leque de prefeitos, pois sem palanque não se ganha eleição num estado com 224 municípios e tanta complexidade por região.
Para completar, também é hora de formar novas lideranças justamente para não ficar refém de nenhum cacique que seja maior que o partido. Ao contrário do PT no Piauí, que tem em Wellington Dias seu grande líder mas cujo partido existirá forte independente de Wellington permanecer nele, o PSDB precisa existir e fortalecer-se à parte de Firmino.