Por Sávia Barreto
Incrédulos, alguns chorando, todos emocionados, políticos reviviam no local da morte as últimas horas com Firmino Filho. Reliam mensagens trocadas e planos políticos para os próximos dias em que o ex-prefeito não mais estará presente. Uma pergunta, ainda que discreta e formulada com cuidado, era feita: “quem terá capacidade de absorver e encorpar o legado de Firmino?”.
Alguns nomes são citados: Lucy Soares, Sílvio Mendes, Charles Silveira, Evandro Hidd e Jeová Alencar. A aguardar como a cidade vai viver seu luto e se haverá lugar para uma nova liderança com o perfil sustentado por Firmino, que deixou a Prefeitura ainda muito popular - apesar do natural cansaço dos anos seguidos de gestão. A deputada Lucy Soares falou no velório que levará politicamente o legado do marido. Para alguns observadores do mundo político, a posição é legítima, mas foi precipitada, dita em momento inadequado, onde cabia mais o luto e as boas memórias do que a política literal.
Ser herdeiro político não é apenas uma questão de vontade, é uma relação de mão dupla e de como o eleitorado da cidade vai entender quem é o político mais capaz de personificar as ideias que Firmino passava: preparo, compromisso com a cidade, segurança.
A política vive de antagonismo. No Palácio da Cidade da era Pessoa, esse antagonista era Firmino, e não pode mais ser. Só cabe agora observar quem vai se movimentar também para levar o legado de Firmino e, consequentemente, rivalizar com a gestão Pessoa-Robert.