O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, admitiu nesta quarta-feira (30) que as discussões em torno do fator previdenciário, que aconteceram no primeiro semestre de 2012 e que poderiam culminar em uma nova reforma da previdência, "esfriaram".
Ele listou projetos que deverão ser avaliados com mais rapidez pelo Congresso Nacional, como a distribuição dos "royalties" do petróleo, a criação de novas regras para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos municípios (FPM), além da decisão sobre cassação de deputados envolvidos no esquema do mensalão.
"Vamos ficar no nosso lugar da fila esperando que essas coisas aconteçam (...) Para mim, a prioridade é a reforma da previdência. Acho que o país precisa dela, mas acho que estão gritando mais alto de que eu. Eu não estou gritando socorro, mas tem algumas pautas que estão gritando socorro. A concorrência é desleal", declarou o ministro Garibaldi Alves a jornalistas.
Ele informou que tem de respeitar a decisão do Congresso Nacional sobre a ordem da pauta de votações, mas acrescentou que vai continuar lutando para a realização da reforma da Previdência Social.
"Não tenho como impor essa pauta, mas vou continuar lutando. Se a presidenta [Dilma Rousseff] me der a oportunidade para dizer, eu direi. Mas compreendo que nem sempre se consegue as coisas facilmente (...) Mas não posso deixar de acreditar nisso [reforma da previdência]. Porque estou aqui então? Só para pagar os benefícios?", afirmou Garibaldi Alves.
Fator previdencário
O ministro avaliou que a discussão em torno fo fim do fator previdenciário era um "gancho" para discutir uma reforma da previdência Social. "O governo tem uma preocupação muito grande. F fim puro e simples do fator, o governo não pode aceitar. Não tem condições financeiras de aceitar", declarou.
Fórmula móvel
Garibaldi Alves se mostrou receptivo à proposta de uma "fórmula móvel" comentada pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati, no ano passado, que seria aplicação da fórmula 85/95, na qual a aposentadoria seria concedida quando a soma da idade e do tempo de contribuição totalizasse 85 anos para mulheres ou 95 anos para homens, com alteração na medida em que aumentar a expectativa de vida dos brasileiros.
"O governo toparia alguma coisa em torno disso [85/95 com alterações de acordo com aumento da expectativa de vida]. Não é uma coisa pronta e acabada porque acabou não se chegando no final disso [discussões]", afirmou o ministro da Previdência Social.