Entenda por que o Japão registra muitos terremotos; mais de mil por ano

A localização geográfica do Japão, situado no Círculo de Fogo do Pacífico, onde diversas placas tectônicas convergem, explica essa alta atividade sísmica

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Terremoto do Japão | Reprodução

Um tremor de magnitude 7,6 atingiu o Japão, resultando em pelo menos 57 mortos. Entretanto, este terremoto é apenas um dos inúmeros eventos sísmicos que ocorrem anualmente no país, totalizando cerca de 1.500 tremores perceptíveis pela população, de acordo com informações da companhia de trens japonesa.

A localização geográfica do Japão, situado no Círculo de Fogo do Pacífico, onde diversas placas tectônicas convergem, explica essa alta atividade sísmica. A maior delas é a Placa do Pacífico. Regiões no Círculo de Fogo incluem a Cordilheira dos Andes, a Costa Oeste dos Estados Unidos e México, a Indonésia e o próprio Japão.

Essa região é caracterizada por intensa atividade sísmica e vulcânica devido às interações entre as placas tectônicas. Fábio Reis, diretor da Febrageo (Federação Brasileira de Geólogos), destaca que a litosfera, a camada mais superficial e sólida da Terra, é composta por várias placas tectônicas sobre o manto, uma camada mais líquida, resultando em movimentos dessas placas.

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Existem diferentes tipos de interações entre as placas, e no caso do Japão, as bordas convergem, ou seja, movem-se em direção uma à outra. Essa convergência também ocorre em outras regiões, como no Chile, onde a placa de Nazca colide com a Sul-Americana, gerando uma alta frequência de tremores.

As ilhas japonesas encontram-se sobre os limites de várias placas, com a costa oeste sobre a Placa da Eurásia, o sul sobre a Placa das Filipinas, a porção leste sobre a Placa do Pacífico e o norte sobre a Placa Norte-Americana. O terremoto recente ocorreu no ponto de encontro entre as placas da Eurásia, Filipinas e Pacífico.

"A colisão de três placas está acontecendo ali. Por esse tipo de evento o Japão tem muita intensidade de terremotos", explica Reis.

O Japão encontra-se em uma das regiões com maior atividade sísmica do mundo, mas é considerado o país mais bem preparado para enfrentar terremotos, de acordo com a avaliação de Fábio Reis. "Não se pode afirmar que o Chile ou a Indonésia tenham uma atividade sísmica inferior à do Japão, mas este último é o país mais adequadamente equipado para lidar com esses eventos, apesar de seu tamanho reduzido e da alta concentração populacional.

Marcos Ferreira, geofísico do Serviço Geológico do Brasil, ressalta que os eventos secundários associados aos terremotos aumentam a repercussão dos tremores no Japão.

Em termos de magnitude, Japão e Chile já experimentaram terremotos semelhantes. No entanto, no Japão, ocorreu o incidente envolvendo uma usina nuclear, por exemplo. Devido à formação das ilhas, há uma maior probabilidade de ocorrência de tsunamis na região japonesa, enquanto no Chile, embora possível, é menos provável, devido à menor presença de placas oceânicas."

(Com informações do UOL)

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