Texto: Denison Duarte
Sinto muitas angústias em todo final de ano. Talvez em razão da reflexão que faço acerca do que deixei de fazer quando podia ter feito, do que fiz quando não deveria ter feito e do que desejei fazer e não tive a oportunidade de fazê-lo no decorrer do ano.
Lembro-me de amigos e parentes que se foram deste lugar (ou deste mundo), lembro-me dos que me esqueceram e também que esqueci de quem se lembrou de mim, lembro-me que amei menos a quem deveria ter amado mais e que amei demais a quem não deveria ter amado tanto; lembro-me das injustiças sofridas e cometidas, daquilo que acreditava que era bom e que se foi e não volta mais e daquilo que achava ruim e que eu gostaria que se fosse e não foi e parece que não vai, dos que juraram-me a verdade enquanto só mentiram por prazer e dos que precisaram mentir por medo da verdade. Não dá para compreender a mente humana!
Enquanto muitos estão em festa, outros têm razões de sobra para chorar por falta de alimento, por não terem quem os amem, pela falta de um aconchego familiar, de uma palavra amiga, de um teto, enfim, de uma gama de necessidades. Tudo é muito complexo! Talvez a explicação esteja num jogo de interesses, fruto da falta de visão, de humanidade, do desejo de ver a paz no outro ou da falta de iniciativa em provocar um sorriso de felicidade no próximo e, principalmente, da falta de amor.
Fogos de artifício já anunciam a chegada de um ano novo; talvez a minha angústia esteja associada aos que não têm nenhuma perspectiva de um dia melhor em 2012, ou aos que se sentem oprimidos, sem espaço para verem, pensarem e também para serem reconhecidos como seres humanos.
Sem generalizar, às vezes, fico a me questionar: porque não criamos diariamente um espírito natalino associado a um desejo de fazer o bem ao próximo? Porque o espírito de santidade da Semana Santa não acontece em todas as semanas? Porque não somos mais verdadeiros ao desejarmos um feliz ano novo? Não seria este o momento de diminuirmos os preceitos que mascaram o nosso ser para a humanidade, mas não para Deus?
Por um mundo melhor e mais justo devemos viver, pensar e principalmente, agir. O nascimento do Santo Cristo é algo muito forte de modo que, somente a perfeita comunhão com o criador, com o próximo e consigo mesmo, nos permitirá chegar a Pai Celestial e assim, alcançar o amor fraterno.
Enfim, façamos melhor o ano de 2012, visando não somente o bem-estar próprio, mas a felicidade no outro para que possamos verdadeiramente dizer FELIZ ANO NOVO. Que o menino Jesus possa nascer diariamente em todos nós para que possamos verdadeiramente dizer FELIZ NATAL e que o espírito de fraternidade e justiça esteja presente em nosso ser para que todas as SEMANAS do ano sejam SANTAS.
Verdadeiramente desejo a todos um 2012 cheio de prosperidades, saúde, paz, amor, justiça, igualdade, fraternidade, etc.
As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.