Restaurantes e quiosques de Belém não poderão vender açaí durante a 30ª edição da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 30), que acontecerá na cidade em novembro. A proibição foi divulgada no edital da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), que é a responsável por fazer as contratações para o evento.
De acordo com o documento, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o açaí tem “risco de contaminação por Trypanosoma cruzi [causador da doença de Chagas], se não for pasteurizado”. Entretanto, todos os tipos estão proibidos na conferência. Mas afinal, o açaí transmite a doença de Chagas?
O que explica a medida?
Causada por um protozoário chamado Trypanosoma cruzi, a doença de Chagas pode ser disseminada para humanos principalmente por meio do contato com fezes de triatomíneos - insetos conhecidos como barbeiro - infectados, ou pela ingestão de alimentos contaminados.
O consumo de sangue pelo barbeiro ao picar um humano estimula a defecação do inseto, por isso costuma-se dizer que a picada causa a doença.
O que fazer para evitar?
A principal forma de evitar a transmissão oral da doença é a higienização dos alimentos. Não consumir aqueles sem procedência e em locais onde a limpeza ou maneira de preparo sejam duvidosas. É importante ficar atento aos locais onde vai se alimentar, à limpeza e higienização do produto que será consumido sem o processo de industrialização
- Vale verificar se o local tem aprovação da Vigilância Sanitária para manipular e vender alimentos.
- A pessoa pode perguntar no estabelecimento, pedir informações sobre isso e sobre a procedência do alimento. No caso do açaí vendido em potes, basta verificar se a marca tem o selo da Vigilância Sanitária. Se tiver, é sinal de que esse alimento foi pasteurizado e pode ser consumido tranquilamente.
- A prevenção da transmissão oral é feita com ações de intensificação da Vigilância Sanitária e inspeção de alimentos em todas as etapas de produção que são suscetíveis à contaminação.
A doença de Chagas pode apresentar duas fases distintas: aguda e crônica, com sintomas variáveis em cada uma
FASE AGUDA:
- Febre: Prolongada, com duração superior a 7 dias.
- Dor de cabeça: Pode ser intensa e persistente.
- Fraqueza: Sensação de cansaço e falta de energia.
- Inchaço: Principalmente no rosto e pernas, podendo ocorrer também em outras partes do corpo.
- Lesão: No local da picada do barbeiro, pode aparecer uma pequena lesão semelhante a um furúnculo.
- Outros sintomas: Mal-estar geral, perda de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, aumento do fígado e baço, inchaço nos olhos (Sinal de Romaña).
FASE CRÔNICA:
- Problemas cardíacos: Arritmias, insuficiência cardíaca, aumento do coração.
- Problemas digestivos: Megaesôfago (dilatação do esôfago), megacólon (dilatação do intestino grosso), constipação, dificuldades para engolir.
- Forma indeterminada: Alguns pacientes podem não apresentar sintomas e serem diagnosticados apenas por exames de sangue.