A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nessa terça (22) o primeiro medicamento indicado para tratar o comprometimento cognitivo leve e a demência leve associada ao Alzheimer sintomático inicial. Batizado de Kisunla (donanemabe), o remédio é produzido pela farmacêutica Eli Lilly e atua diretamente nas placas de beta-amiloide que se formam no cérebro de pacientes com Alzheimer. 🧠
Resultado de estudos
O donanemabe é um anticorpo monoclonal que se liga aos aglomerados da proteína beta-amiloide, reduzindo sua presença no cérebro e, com isso, retardando a progressão da doença. Estudos realizados com 1.736 pacientes em oito países mostraram que aqueles que receberam o medicamento apresentaram evolução mais lenta da doença em comparação aos que tomaram placebo. 📉
Aprovação com alertas
Administrado por infusão intravenosa mensal, o medicamento segue uma posologia escalonada: 700 mg nas três primeiras aplicações e 1.400 mg nas demais. A aprovação no Brasil veio acompanhada de alertas: o uso é contraindicado para pessoas com o gene da apolipoproteína E4, para quem toma anticoagulantes, e para pacientes com angiopatia amiloide cerebral. 🚫
Efeitos
Entre os efeitos colaterais mais frequentes estão reações no momento da infusão, como febre, dor de cabeça e sintomas semelhantes aos da gripe. A segurança e eficácia do tratamento continuarão sendo monitoradas de perto pela Anvisa, que promete análise rigorosa dos resultados no Brasil. 🔍
Comunidade médica
Apesar do entusiasmo, a comunidade médica ainda se divide quanto à eficácia do donanemabe e de medicamentos similares. Nos EUA, o remédio foi aprovado em julho de 2023, logo após o Laqembi (lecanemabe), outra aposta contra o Alzheimer. Na Europa, no entanto, a EMA recomendou, em março deste ano, que o donanemabe não fosse autorizado. 🧪
Sobre a doença
O Alzheimer afeta principalmente pessoas idosas e tem evolução lenta, porém irreversível. Segundo o Ministério da Saúde, a sobrevida média dos pacientes varia entre 8 e 10 anos, com sintomas que vão de lapsos de memória no início à total dependência física no estágio terminal. O estudo com donanemabe focou nos pacientes ainda na fase inicial da doença. (Fonte: Folhapress)