A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a manipulação de medicamentos à base de semaglutida, como Ozempic, Wegovy e Rybelsus, produzidos pela farmacêutica Novo Nordisk. A decisão foi publicada na segunda-feira (25), por meio do Despacho nº 97/2025.
Na prática, a medida veta a manipulação de moléculas biológicas análogas de GLP-1 e impõe uma proibição temporária à manipulação de semaglutida sintética. A norma também define regras mais rigorosas para a importação e uso de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) dessa classe.
Semaglutida só pode ser usada em medicamentos registrados
A Anvisa estabeleceu que IFAs sintéticos só podem ser manipulados quando já existir no país um medicamento registrado com essa molécula. Atualmente, não há registro no Brasil de semaglutida sintética, o que torna qualquer manipulação - biológica ou sintética - irregular e ilegal, sem respaldo técnico ou sanitário.
Para a agência, não há garantias de eficácia, pureza ou segurança em versões manipuladas da substância, o que pode gerar riscos à saúde, como reações adversas graves, contaminação e ineficácia do tratamento.
Atualmente, apenas a Novo Nordisk detém a tecnologia para produção da semaglutida biotecnológica, em processo exclusivo e patenteado. A patente expira em 2026, quando outros laboratórios poderão lançar medicamentos genéricos ou similares.
Reação da farmacêutica
Em nota, a Novo Nordisk classificou a decisão como “um benefício para a saúde pública e para o paciente brasileiro”. A empresa destacou que medicamentos manipulados não oferecem garantia de dosagem correta, estabilidade ou esterilidade, o que pode colocar em risco a segurança do paciente.