O consumo frequente de bebidas açucaradas, como refrigerantes, tem sido relacionado a um aumento significativo no risco de câncer de fígado e de mortalidade por doenças hepáticas crônicas. Essa conexão foi demonstrada por um estudo publicado na revista científica JAMA, que analisou dados de quase 100 mil mulheres na pós-menopausa.
Os resultados mostraram que as mulheres que consumiam uma ou mais porções diárias dessas bebidas tinham 85% mais chances de desenvolver câncer de fígado e 68% mais chances de morrer devido a doenças hepáticas crônicas, em comparação com aquelas que consumiam menos de três porções por mês.
Os mecanismos por trás do problema
Embora os mecanismos exatos que ligam o consumo de bebidas açucaradas ao aumento do risco de câncer de fígado ainda não sejam totalmente compreendidos, especialistas acreditam que os elevados níveis de açúcar desempenham um papel importante.
O consumo excessivo dessas bebidas pode elevar os níveis de glicose no sangue e aumentar a resistência à insulina, dois fatores diretamente ligados ao desenvolvimento de doenças hepáticas, como o câncer. Esses efeitos metabólicos negativos podem prejudicar o funcionamento do fígado e gerar processos inflamatórios que favorecem o aparecimento de condições graves.
Câncer de fígado: um desafio letal
O câncer de fígado é amplamente considerado uma das formas mais agressivas e fatais de câncer, com taxas de sobrevivência abaixo de 40% cinco anos após o diagnóstico. Os principais sinais da doença incluem dor abdominal, aumento ou inchaço no abdômen, perda de peso sem explicação, falta de apetite, sensação geral de mal-estar, icterícia (amarelecimento da pele e dos olhos) e ascite (acúmulo de líquido na área abdominal). Detectar esses sintomas de forma precoce pode ser crucial para melhorar as chances de um tratamento eficaz.
Natureza observacional do estudo
É importante observar que as conclusões do estudo publicado na JAMA têm caráter observacional. Isso significa que, embora tenha sido identificada uma associação significativa entre o consumo de bebidas açucaradas e o risco de doenças hepáticas, não se pode afirmar uma relação de causa e efeito. Mais estudos são necessários para confirmar esses achados e investigar mais a fundo os mecanismos biológicos envolvidos.