É cada vez mais evidente que a alimentação tem um papel essencial não só na saúde física, mas também na saúde mental. O que colocamos no prato pode impactar diretamente o cérebro — inclusive na prevenção de doenças como a demência.
A chamada dieta MIND, desenvolvida com foco na saúde cerebral, tem ganhado destaque entre especialistas. Rica em nutrientes anti-inflamatórios e antioxidantes, essa dieta combina elementos da dieta mediterrânea e da DASH, voltada para o controle da pressão arterial.
Em entrevista ao site Parade, nutricionistas reforçaram a importância de incluir certos alimentos no dia a dia para manter o cérebro ativo e protegido. Para Laura Ali, dietista e nutricionista culinária, “o que comemos é uma ferramenta muito importante quando se trata de reduzir o risco de demência”. Ela cita estudos que demonstram que a adesão à dieta MIND pode reduzir pela metade esse risco.
🍴 Alimentação como aliada da saúde cognitiva
Serena Benali, nutricionista e presidente da In Good Health, compartilha da mesma opinião. Segundo ela, mesmo que não seja possível mudar fatores como idade ou genética, é possível controlar a inflamação, o estresse oxidativo e apoiar a saúde vascular por meio da alimentação.
Ela destaca ainda que estudos de autópsias cerebrais conduzidos pelo Instituto Nacional do Envelhecimento mostraram que idosos que seguiam padrões alimentares saudáveis apresentavam menos alterações associadas ao Alzheimer — mesmo com idade avançada, chegando aos 90 anos.
Embora nenhuma dieta ofereça garantias contra doenças degenerativas, Benali afirma que manter hábitos alimentares saudáveis, aliados à atividade física, ao convívio social e ao controle do estresse, é uma das formas mais eficazes de preservar a função cognitiva.
🛒 Três alimentos que devem entrar na sua lista de compras
1. Frutos silvestres e bagas
Para quem deseja cuidar da mente sem abrir mão de um sabor doce e natural, os frutos silvestres são a escolha ideal. Ricos em flavonoides — compostos antioxidantes que protegem as células do cérebro —, eles ajudam a manter a memória afiada e a retardar o declínio cognitivo.
Laura Ali recomenda o consumo de bagas de três a quatro vezes por semana. Já Benali ressalta que “vários estudos humanos demonstraram que consumidores regulares de frutos silvestres apresentam uma taxa mais lenta de perda de memória”.
2. Mariscos e peixes gordurosos
Salmão, sardinha, atum e truta são aliados poderosos da saúde cerebral graças ao alto teor de ômega-3. Esses ácidos graxos, em especial o DHA, são fundamentais para a comunicação eficiente entre as células do cérebro.
Sardinhas, por exemplo, são uma fonte natural e acessível desse nutriente. Como explica Benali, o DHA proveniente de fontes marinhas é mais facilmente absorvido pelo organismo do que as fontes vegetais de ômega-3.
3. Vegetais de folhas verdes
Versáteis e nutritivas, as folhas verdes são indispensáveis para quem busca longevidade cerebral. Couve, rúcula e espinafre estão entre os principais vegetais associados à redução do risco de demência.
Ali cita uma pesquisa publicada no Journal of Neurology, que revelou que o consumo frequente desses alimentos está ligado a uma menor formação de placas no cérebro — uma das marcas registradas do Alzheimer.