Cardiomiopatia dilatada foi a condição que levou Anne-Marie Garnero, filha da modelo Schynaider Moura, a passar por um transplante de coração. A jovem morreu aos 16 anos, no domingo (21/09), após sofrer uma parada cardíaca, três anos depois da cirurgia.
A doença provoca aumento do músculo cardíaco, principalmente do ventrículo esquerdo, reduzindo sua capacidade de contração. Como consequência, o bombeamento de sangue para o corpo fica comprometido. Entre os sintomas estão cansaço, falta de ar e risco de insuficiência cardíaca.
Diagnóstico e transplante
Os sinais da doença se intensificaram logo após o início da pandemia de Covid-19. Anne apresentava fadiga constante e, em alguns momentos, dificuldade até para respirar. Diante disso, Schynaider decidiu levá-la ao médico.
A gravidade do quadro surpreendeu a família. A adolescente foi internada imediatamente e a cardiologista responsável informou que ela permaneceria hospitalizada por pelo menos um mês, dependendo de um transplante que poderia ocorrer a qualquer momento.
Mesmo com tratamento intensivo no hospital e em casa, Anne-Marie precisou entrar na fila de espera por um novo coração. Nesse período, perdeu cerca de oito quilos em seis meses. Em 22 de junho de 2022, ela recebeu o órgão transplantado.
Em junho deste ano, Schynaider falou publicamente pela primeira vez sobre o procedimento. "Hoje faz 3 anos do transplante 22/06/2022. Porque doar órgãos salva vidas. E quero dividir isso com vocês porque ela é a prova viva de que a decisão generosa de uma família pode mudar completamente a história de outra", escreveu a modelo, que também é mãe de Elle Marie e Gioe Marie, filhas dela com Mario Garnero.
Entenda a doença
Especialistas alertam que a cardiomiopatia dilatada pode ser congênita, quando a pessoa já nasce com ela, ou adquirida, geralmente após infecções que atingem o coração. O primeiro sinal costuma ser um cansaço fora do comum. Em casos mais graves, pode causar tontura, desmaios e até mal súbito.
O transplante de coração é considerado apenas quando não há resposta ao tratamento medicamentoso. Além dos riscos cirúrgicos, existe a possibilidade de rejeição do órgão. Há ainda a dificuldade de encontrar um doador e fazer imunossupressão a vida toda. Mesmo depois do transplante, o paciente pode rejeitar o coração, precisar de um retransplante ou sofrer uma arritmia.
A cardiomiopatia dilatada pode surgir em qualquer idade, mas é a forma mais comum entre crianças e adolescentes. Até setembro de 2025, o Brasil registrou 289 transplantes de coração, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT).