Mantenha a ansiedade sob controle praticando atividades físicas. Se você é uma das muitas pessoas que lidam com esse transtorno mental, provavelmente já ouviu essa sugestão. Afinal, é comum que, durante e após a prática de exercícios, uma sensação de bem-estar e dever cumprido tome conta de nosso corpo por algum tempo.
No entanto, o que muitas pessoas talvez não saibam é que a prática de exercícios físicos, tanto moderados quanto intensos, pode ajudar a tratar até mesmo casos crônicos de ansiedade. Isso é o que aponta um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e publicado na edição de janeiro do Journal of Affective Disorders.
O estudo
Segundo os pesquisadores, metade dos participantes do estudo sofria de ansiedade há, no mínimo, 10 anos. Eles foram divididos em grupos sorteados para sessões de exercícios, moderados (com até 60% da frequência cardíaca máxima) ou intensos (com 75% dessa frequência), durante 12 semanas. O resultado foi uma redução significativa na intensidade dos sintomas de ansiedade apresentados pelos pacientes.
“Houve uma tendência significativa de intensidade de melhora – isto é, quanto mais intensamente eles se exercitavam, mais seus sintomas de ansiedade melhoravam”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
“Exercitar o corpo regularmente também ajuda o cérebro. O exercício melhora o fluxo sanguíneo e estimula mudanças químicas que apuram o humor e o pensamento. A liberação de endorfina gera reações de euforia e bem-estar, que também ajudam a manter o humor”, completa o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA).
Alternativa de tratamento
Por último, o estudo destaca que existem várias opções de tratamento para a ansiedade, incluindo o uso de medicamentos que podem ter efeitos colaterais. A nova descoberta, portanto, oferece uma alternativa livre de consequências negativas para o controle da ansiedade crônica e, possivelmente, de outros transtornos mentais.
“A atividade física regular diminui o risco de vários distúrbios comuns, inclusive condições neurológicas, ajudando a tratá-la”, finaliza o geneticista Dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética.