O que era para ser apenas uma lembrança de viagem terminou em um susto que chamou atenção para os riscos da falta de higiene em tatuagens. Uma britânica de 29 anos, Poppy-mae Crutchley, entrou em coma depois de se tatuar em Benidorm, na Espanha, durante uma despedida de solteira.
Segundo relato publicado na página de arrecadação criada por uma amiga no GoFundMe, Poppy começou a passar mal logo após o procedimento e precisou ser levada ao hospital. Ela apresentava baixa oxigenação, acúmulo de líquido no coração e sinais de falência de órgãos como pulmões e rins. Na última quinta-feira (03), ela acordou do coma, mas permanece internada e em recuperação.
As causas exatas ainda são investigadas, mas informações preliminares indicam que pode ter sido uma infecção grave provocada por contaminação bacteriana na pele lesionada pela agulha da tatuagem ou outro quadro infeccioso. O caso reforça a importância de tomar cuidados rigorosos antes de escolher onde tatuar.
Por que a tatuagem pode oferecer risco?
Fazer tatuagens não é algo proibido ou intrinsecamente perigoso, inclusive, existem tatuagens terapêuticas que ajudam pacientes em tratamento. Porém, é um procedimento invasivo: pequenas agulhas perfuram a pele repetidas vezes para depositar a tinta na camada superficial. Essa barreira rompida vira porta de entrada para microorganismos, caso não haja assepsia adequada.
De acordo com a organização norte-americana Mayo Clinic, complicações podem incluir:
- Reações alérgicas a pigmentos;
- Infecções de pele causadas por tinta contaminada ou equipamento mal esterilizado;
- Granulomas, que são inflamações persistentes no local da tinta;
- Doenças transmitidas pelo sangue, como hepatites B e C, caso agulhas reutilizadas tenham entrado em contato com material biológico contaminado.
Como reduzir riscos ao fazer uma tatuagem?
Para evitar problemas graves, profissionais indicam verificar se o estúdio segue normas rígidas de higiene. Segundo a FDA (agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa), qualquer vermelhidão persistente, febre ou inchaço após tatuar deve ser motivo de avaliação médica imediata. Antes de marcar horário, questione o profissional e observe o ambiente. Confira se:
- O tatuador tem formação e treinamento adequados;
- Os equipamentos são esterilizados corretamente e lacrados antes do uso;
- A procedência da tinta é conhecida e regulamentada.
Se alguma dessas informações não ficar clara, é melhor reconsiderar. “É importante perguntar e cobrar detalhes sobre a tinta que será utilizada”, alerta a cardiologista Stephanie Risk.
Sinais de alerta após tatuar
Se notar calor excessivo no local, vermelhidão que não melhora, pus, febre alta ou mal-estar generalizado, procure um serviço de saúde rapidamente.