No período de festas carnavalescas, há muita diversão e motivos para celebração no país. Em meio aos encontros em bloquinhos ou em casa, a presença da bebida alcoólica é bastante comum e até excessiva. Organizações de saúde alertam sobre os riscos do exagero no consumo de álcool e suas implicações para a saúde integral do corpo, inclusive com danos para o cérebro e saúde mental.
Em números gerais, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do levantamento “Estimação dos custos diretos e indiretos atribuíveis ao consumo do álcool no Brasil”, aponta que a ingestão de álcool causa cerca de 12 mortes por hora no Brasil. O estudo mostra que os óbitos por álcool vão de 47.900 a 104,8 mil, sendo 86% de homens e 14% de mulheres.
Danos ao cérebro
Entre os danos que a ingestão excessiva de álcool pode provocar, especialistas ressaltam a saúde do cérebro. De acordo com o médico neurologista Leonardo Halley, os cuidados no carnaval são os mesmos que devem ocorrer continuamente na vida.
“Isso porque o álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central, que pode alterar o funcionamento cerebral, afetando o julgamento, coordenação e a memória. O uso excessivo e contínuo pode danificar diversas áreas do cérebro, responsável pela tomada de decisões, controle de impulso e memória de longo prazo”, observa.
Dependência
Além disso, também existe o risco de dependência, o que leva a pessoa a ter um desejo desenfreado por beber, sem contar os efeitos negativos para a saúde física e mental. “É algo que pode afetar os relacionamentos, o desempenho no trabalho e a qualidade de vida”, observa.
O Dr. Leonardo acrescenta, também, que o “álcool tem muitos efeitos a longo prazo e não somente com impactos ao cérebro, pois prejudica a saúde em geral, inclusive na saúde mental, aumentando casos de depressão, ansiedade e até quadros de psicose”, ressalta o especialista.
Lesões no cérebro podem ser permanentes
Ainda de acordo com Leonardo, o álcool pode causar lesões permanentes no cérebro, com dano neuronal e atrofia cerebral. Isso significa compreender que esse deve ser muito limitado. “O ideal é evitar, mas caso haja ingestão, principalmente no período de carnaval, colocar limites considerados saudáveis é indispensável", aconselhou.