SEÇÕES

Saiba o que acontece com seu corpo ao consumir proteínas excessivo

Apesar da proteína ser essencial, o consumo em excesso pode causar alterações digestivas, hormonais e até risco maior de doenças crônicas

Consumir proteína acima do necessário favorece graves problemas | Foto: Reprodução
Siga-nos no

A proteína é um dos pilares da alimentação e desempenha funções essenciais no organismo. Porém, o consumo em excesso pode trazer sérios riscos para a saúde. Dietas hiperproteicas e o uso indiscriminado de suplementos fazem com que muitas pessoas ultrapassem a quantidade necessária sem perceber, desencadeando uma série de alterações no corpo.

Essas mudanças não acontecem de forma imediata: elas se acumulam progressivamente até que o organismo começa a modificar seus próprios mecanismos de controle.

COMO O EXCESSO DE PROTEÍNA AFETA O ORGANISMO?

O impacto começa no trato digestivo. O intestino passa a liberar substâncias que reduzem o apetite e diminuem a produção de grelina, hormônio relacionado à fome. Também há alterações no metabolismo energético, o que modifica a forma como o corpo utiliza a glicose e os aminoácidos.

Excesso de proteína representa riscos a saúde - Foto: Reprodução

Com o tempo, essa sobrecarga compromete a sensibilidade à insulina, especialmente quando a maior parte da proteína vem de fontes animais. O excesso de aminoácidos circulando na corrente sanguínea dificulta a resposta metabólica normal, favorecendo oscilações na glicemia e exigindo maior esforço do pâncreas.

RESISTÊNCIA À INSULINA

A endocrinologista Lorena Lima Amato, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), explica que os efeitos variam de acordo com a quantidade e o tipo de proteína ingerida.

“Dietas hiperproteicas podem alterar a sensibilidade à insulina e favorecer resistência por mecanismos hormonais e metabólicos que variam conforme o contexto clínico e a origem da proteína. Em pessoas saudáveis que exageram principalmente em carnes, laticínios e peixes, observa-se maior risco de resistência à insulina e de evolução para diabetes tipo 2”, afirma.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

  • Sede excessiva: a quebra das proteínas gera compostos que exigem grande quantidade de água para serem eliminados, aumentando a sensação de sede.
  • Inchaço, gases e constipação: dietas ricas em proteína e pobres em fibras deixam o intestino mais lento, causando estufamento e dificuldade para evacuar.
  • Mau hálito: a digestão proteica produz substâncias nitrogenadas que alteram o odor da respiração.
  • Náuseas e peso abdominal: o excesso pode tornar a digestão mais lenta e provocar mal-estar após as refeições.
  • Cansaço e irritabilidade: a sobrecarga metabólica prolongada compromete a disposição e interfere no humor.

A nutricionista e educadora física Isabela Milagres reforça que parte da proteína não absorvida pode chegar a outras regiões do trato gastrointestinal.

“Quando a proteína chega em quantidades superiores ao que o intestino delgado consegue absorver, ela segue para o cólon e passa a ser fermentada por bactérias que produzem compostos inflamatórios, alterando todo o equilíbrio da microbiota”, explica.

Tópicos
Carregue mais
Veja Também