Nos últimos dias, a mídia divulgou o problema enfrentado pela família da influenciadora Virgínia Fonseca, que teve seu filho caçula, José Leonardo, internado com bronquiolite. A criança já está bem, teve alta médica, mas o assunto continua em alta, devido aos riscos dessa doença para bebês.
A boa notícia é que o Ministério da Saúde anunciou recentemente que vai incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) duas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo bronquiolite.
O anticorpo monoclonal nirsevimabe é recomendado para proteger bebês prematuros e crianças com até 2 anos de idade que nasceram com comorbidades, enquanto a vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B é administrada em gestantes para garantir a proteção do bebê durante os primeiros meses de vida.
Ambas as medidas foram analisadas na 137ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que avaliou os benefícios dessas intervenções na redução de hospitalizações e mortes infantis. Pesquisas sugerem que a vacinação de gestantes pode evitar cerca de 28 mil internações por ano.“A estratégia combinada irá proteger cerca de 2 milhões de bebês em seus primeiros meses de vida, idade mais vulnerável a complicações”, estima o ministério.
Números
Dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde mostram que o VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de 2 anos. Estima-se que uma em cada cinco crianças infectadas precise de atendimento ambulatorial e uma em 50 seja hospitalizada no primeiro ano de vida.
Entre 2018 e 2024, ocorreram 83.740 internações de bebês prematuros devido ao VSR. A principal prevenção no SUS é o palivizumabe, indicado para bebês prematuros extremos e crianças com até 2 anos que apresentem doenças pulmonares ou cardíacas graves.
“Com a incorporação do nirsevimabe, a expectativa é ampliar a proteção para 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual. Já a vacina para gestantes tem potencial para beneficiar cerca de 2 milhões de nascidos vivos”, reforçou a pasta.