É mais difícil criar uma vacina contra uma doença parasitária do que contra uma doença viral, como a Covid-19. A maioria das candidatas a vacinas contra a malária nem avançam para os testes clínicos.
Esses parasitas passam por diferentes estágios de desenvolvimento ao longo da vida. Ao entrar na corrente sanguínea da vítima, eles seguem para o fígado, onde irão se reproduzir. Na fase seguinte do ciclo, eles infectam os glóbulos vermelhos, fazendo com que eles se rompam.
Em resumo, o parasita assume vários disfarces dentro do corpo humano. Para desenvolver uma vacina, os cientistas precisam saber qual fase do ciclo querem atacar – o que torna o processo ainda mais desafiador.
A RTS,S gera uma resposta imune contra o primeiro estágio do parasita, antes que ele chegue ao fígado e comece a se reproduzir. A vacina começou a ser desenvolvida em 1987, e os testes clínicos de terceira (e última) fase só terminaram em 2014. No ano seguinte, a vacina recebeu a aprovação da agência regulatória europeia, o que permitiu a elaboração de um projeto-piloto para a aplicação do imunizante no Quênia, Malawi e Gana.