1. Aranha armadeira (gênero Phoneutria)
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O Guinness Book of World Records considera essa aranha brasileira a mais venenosa do mundo, porque uma quantidade muito pequena de seu veneno é suficiente para causar a morte de um camundongo.
Mas Paulo Goldoni, tecnologista do Laboratório de Coleções Zoológicas do Butantan, afirma que essa comparação não faz sentido. O grau de gravidade de um acidente envolvendo aranhas sempre vai variar de acordo com um número de variáveis, como o tempo de atendimento, quantidade e tipo de toxina, disponibilidade do soro, além das condições prévias de saúde da vítima. “Chega a ser irresponsabilidade comparar toxinas testadas em condições laboratoriais com o ser humano acidentado por uma aranha de interesse em saúde”, diz.
Hoje em dia, o uso do soro antiaracnídico evita a maior parte das mortes. Ao contrário da imensa maioria, essas espécies são agressivas, e o diferencial delas é a posição que ela faz de ataque, erguendo as pernas posteriores – daí seu nome
As aranhas armadeiras são de cor cinza ou castanho escuro e possuem pelos curtos no corpo e nas pernas. Próximo aos ferrões, os pelos são vermelhos, e nas “costas”, possuem uma forte marcação preta no cefalotórax. Seus corpos têm em média 5 centímetros, mas as pernas, com pequenas faixas brancas, têm 15 centímetros.
A sua picada produz dor imediata, mas não gera uma lesão local. Em algumas horas, a vítima começa a sentir suor e arrepios, mudanças de pressão arterial, náusea, hipotermia, visão embaçada, vertigem e convulsões. Em homens, ela também causa um sintoma inusitado: o priapismo, uma ereção duradoura e dolorosa.
Geralmente, ela é encontrada em ambientes externos. Dentro de casa, costumam se abrigar em sapatos e roupas e atrás de cortinas. Ela também é conhecida como aranha bananeira, porque é comum que se esconda entre as folhas dessa planta.
Em 2015, um supermercado no Reino Unido teve de ser fechado depois que uma família encontrou ovos de aranha armadeira nas bananas que compraram lá. A polícia revistou a loja em busca da mamãe aranha, que não foi encontrada. A casa da família ficou infestada e também teve que ser evacuada para ser dedetizada, mas ninguém se machucou.
É comum que essas aranhas sejam confundidas com outras inofensivas, já que existem outras espécies que “armam”, ou seja, levantam as pernas da frente. No perfil do Twitter do biólogo e divulgador científico Alexandre Michelotto, ele costuma identificar espécies em fotos enviadas por seguidores. A confusão mais comum é achar que a aranha-lobo (Lycosidae), que é totalmente inofensiva, seja uma armadeira.