Cinco prédios residenciais construídos e administrados pela Construtora e Imobiliária SAD foram notificados pela Defesa Civil de Fortaleza entre 2019 e 2024 por risco de desabamento. As edificações ficam localizadas em bairros nobres da capital cearense, como Aldeota, Meireles e Dionísio Torres, e são alvo de uma série de reclamações por parte dos moradores.
Apesar das notificações, a Defesa Civil informou que nenhum dos imóveis apresentou risco crítico que justificasse interdição. Ainda assim, moradores relatam problemas recorrentes como infiltrações, vazamentos, falhas em elevadores e até queda de revestimentos em áreas comuns.
As notificações, segundo o órgão, foram registradas em:
Residencial Linhares – Bairro Bela Vista (2024)
Edifício Alda Cardoso Linhares – Bairro Aldeota (2024)
Edifício Antônio Cardoso Linhares Neto – Bairro Dionísio Torres (2023)
Edifício Luís Linhares II – Bairro Aldeota (2023)
Edifício Luís Linhares – Bairro Meireles (2019)
Rachaduras, falta de água e promessas não cumpridas
Relatos dos moradores apontam que os problemas vão além da estrutura: há queixas sobre constantes quebras nos elevadores, falta de água, aumentos abusivos nas taxas condominiais, infestações de pragas, ausência de respostas da empresa e falta de transparência quanto a reparos. Alguns moradores relataram arrependimento pela escolha de viver nos imóveis, mesmo com a boa localização e o valor médio de R$ 500 em condomínio.
As vistorias realizadas pela Defesa Civil identificam riscos em diferentes níveis: leve, médio, alto e crítico. Nos casos em questão, o órgão afirmou que os riscos foram considerados controláveis e que as estruturas não apresentam risco iminente de colapso.
“Quando a gente fala em risco de desabamento, não significa que o prédio inteiro vai ruir. Às vezes, é um problema localizado, como afundamento em uma garagem”, explicou o coronel Haroldo Gondim, coordenador da Defesa Civil.
Construtora nega riscos estruturais
Em nota divulgada aos moradores, a Construtora e Imobiliária SAD informou que iniciou uma inspeção técnica com engenheiros especializados em patologias construtivas. Segundo a empresa, os relatórios preliminares não apontaram riscos à estrutura dos edifícios.
“Avaliamos todos os prédios com alegações de risco estrutural e não encontramos evidências de comprometimento à segurança. Os laudos técnicos serão enviados à Defesa Civil com planos de ação para corrigir eventuais problemas”, diz o texto assinado por Antônio Cardoso Linhares, proprietário da empresa.
Enquanto isso, os moradores seguem aguardando reparos e cobram respostas mais efetivas diante dos riscos e desconfortos enfrentados no dia a dia.