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Criminosos do Ceará se escondem no Rio há mais de 7 anos após homicídios

As investigações apontam que os criminosos se escondiam na comunidade da Rocinha, mais especificamente na região da Dionéia, sob a proteção do líder do CV em Santa Quitéria, Anastácio Paiva Pereira

Criminosos encontraram refúgio na região da Dionéia, na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) divulgaram, nesta segunda-feira (30), em Fortaleza, que membros do Comando Vermelho (CV) utilizavam o Rio de Janeiro como refúgio após cometerem homicídios na região Norte do Estado. As investigações apontam que os criminosos se escondiam na comunidade da Rocinha, mais especificamente na região da Dionéia, sob a proteção do líder do CV em Santa Quitéria, Anastácio Paiva Pereira, conhecido como “Doze” ou “Paulinho Maluco”.

Segundo o delegado Marcos Aurélio, diretor de Polícia Judiciária da Região Norte (DPJI/Norte), o Departamento de Inteligência identificou que quase todos os fugitivos do CV que praticaram homicídios em municípios como Santa Quitéria, Sobral, Crateús, Boa Viagem e Varjota estavam residindo nessa mesma área da Rocinha. “Percebemos que todos tinham algo em comum: assim que saía o mandado de prisão, eles fugiam e iam morar no mesmo bairro que o mentor dos ataques em Santa Quitéria”, explicou o delegado.

A liderança local, representada por Paulinho Maluco, estava dando abrigo e acolhendo todos os criminosos ligados ao Comando Vermelho que cometeram homicídios na região Norte do Ceará. Essa proteção facilitava a permanência dos fugitivos no Rio de Janeiro, dificultando a ação policial.

Apurações avançadas

As investigações revelaram que a transferência dos suspeitos para o Rio de Janeiro começou, pelo menos, em 2018. Com o avanço das apurações, as autoridades conseguiram identificar e localizar os imóveis onde esses criminosos estavam morando na comunidade da Rocinha.

Além disso, foi constatado que um dos envolvidos saiu da Rocinha com destino a Santa Quitéria para tentar interferir nas eleições municipais de 2018. Na época, foram registrados ataques e pichações contra eleitores da oposição ao candidato José Braga Barrozo, conhecido como Braguinha (PSB).

O modus operandi se repetiu nas eleições do ano passado, quando, em maio, a Justiça do Ceará determinou a cassação dos diplomas do prefeito Francisco Gardel Mesquita Ribeiro, o Gardel Padeiro (PP), e de seu vice, evidenciando a influência e a ação criminosa na política local.

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