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Mapa do medo: Entenda como facções estão redesenhando o território cearense

Facções criminosas avançam sobre cidades do Ceará, forçando famílias a abandonarem suas casas e transformando vilas inteiras em territórios fantasmas

Uma vila em Pacatuba foi abandonada por moradores coagidos pelo medo e ameaças | Foto: Reprodução
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O território cearense tem sido alvo constante de dominação por facções rivais e disputas de poder pela região. No início de setembro, uma vila localizada em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi totalmente desocupada em setembro pelos moradores após o domínio de organizações criminosas.

Trinta famílias viviam lá. Segundo moradores da região, localizada a 35 km de Fortaleza, por conta de uma localização estratégica, a vila se tornou alvo de uma disputa de facções, já que fica próxima a uma rodovia importante que liga a capital cearense a municípios do interior do estado. 

O mesmo cenário se repete em várias regiões do estado. É o caso do distrito de Morada Nova, localizado no interior do Ceará, que há quatro meses foi evacuado por dois mil habitantes. A população fugiu após o líder de uma facção criminosa ordenar a expulsão dos moradores, em meio a disputa de poder. 

AMEAÇAS E TAXAS ILEGAIS 

De acordo com a Polícia Civil,  entre 2024 e 2025 cerca de 219 pessoas deixaram suas casas devido à ameaças de facções criminosas. No entanto, o domínio do crime não é apenas geográfico.

 Já que as organizações além de traficar drogas, detêm uma espécie de monopólio sobre internet clandestina, cobram taxas ilegais de moradores e comerciantes, e aliciamento de jovens para o crime.

EXPANSÃO DE FACÇÕES 

De acordo com um levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais, cerca de 46 facções criminosas atuam no Nordeste e possuem algum tipo de ligação com o crime organizado do Rio de Janeiro, como é o caso do Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro que dominam hoje áreas da periferia de Fortaleza.  

O Ceará tem a maior taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes do Brasil: 34,42. Em 2024, foram mais de 3 mil assassinatos.

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