Moradores de Caridade, no interior do Ceará, estão sem internet desde a última sexta-feira (7) após um ataque de uma facção criminosa às empresas de internet da cidade. Imagens mostram cabos rompidos nas ruas. A facção exige que as operadoras repassem 50% do valor pago pelos clientes pelos serviços, e os provedores que se recusam a pagar a "taxa" sofrem represálias, como incêndios e vandalismo.
Segundo uma fonte do setor de provedores de internet, que preferiu não se identificar, 90% dos 22,5 mil habitantes de Caridade ficaram sem internet em casa ou no celular, apesar de terem contratado o serviço. No início da tarde desta segunda-feira (10), cerca de 70% da população ainda estava sem acesso à internet.
Ataques semelhantes vêm ocorrendo em Fortaleza e outras cidades desde fevereiro. No sábado (8), o governador Elmano de Freitas anunciou a criação de um grupo especial para investigar os crimes contra provedores de internet, com o objetivo de intensificar a atuação das forças de segurança na identificação dos responsáveis.
"Nos últimos dias temos acompanhado, temos feito investigações daquilo que tem ocorrido contra alguns provedores e usuários de internet no estado do Ceará. Estamos, em virtude da situação, tomando a decisão de criar um grupo especial de investigação para tomar medidas concretas", anunciou o governador.
Um dia após o anúncio do governador, a A4 Telecom, que atua em Caucaia e São Gonçalo do Amarante, foi alvo de um novo ataque. Recentemente, um veículo da Brisanet foi incendiado em Caucaia, e um ataque à Giga+ em São Gonçalo do Amarante deixou empresas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém sem internet por parte do dia.