Memória

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Maior suicídio coletivo da humanidade deixou 918 pessoas mortas

Até os ataques de 11 de setembro, essa foi a maior tragédia envolvendo ações deliberadas contra civis americanos

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O maior suicídio coletivo da história da humanidade aconteceu em Jonestown, há 44 anos, em meio à floresta amazônica no território da Guiana, deixando 918 pessoas mortas. A tragédia foi comandada pelo pastor evangélico Jim Jones, fundador da comunidade e do Templo Popular, uma seita pentecostal cristã.

Até os ataques de 11 de setembro, essa foi a maior tragédia envolvendo ações deliberadas contra civis americanos. Foaram mais de 900 pessoas mortas em um misto de suicídio coletivo e assassinatos em Jonestown. Embora algumas pessoas tenham sido mortas a tiros e facadas, a grande maioria foi a óbito ao beber, sob as ordens do pastor, veneno misturado a um ponche de frutas. Foi um fim trágico para um projeto utópico iniciado em 1956, no Estado americano de Indiana.

Maior suicídio coletivo da humanidade deixou 918 pessoas mortas - Foto: Reprodução

Apesar de promover curas "milagrosas" fraudulentas, Jones promoveu ideais igualitários, como impor vestuário modesto para os frequentadores de cultos, distribuição de comida gratuita e mesmo o fornecimento de carvão para famílias mais pobres no inverno, o que atraiu um imenso contingente de fiéis de perfis raciais mais diversos.

Em meados dos anos 60, o Templo Popular se mudou para a Califórnia, considerada mais aberta a ideais como os defendidos pelo pastor. Nos anos seguintes, o movimento ganhou popularidade suficiente para que Jones circulasse entre os poderosos – a primeira-dama Rosalynn Carter, por exemplo, encontrou-se várias vezes com ele.

Mas a seita também despertou suspeitas e investigações da mídia americana, que explorou relatos de dissidentes sobre um suposto estilo messiânico e ditatorial do pastor. O escrutínio levou Jones a buscar refúgio na Guiana, onde conseguiu permissão das autoridades locais em 1974 para arrendar um terreno em meio à selva e criar uma comuna longe de olhos mais curiosos.

Jonestown, como o assentamento foi batizado, tinha uma escola, bangalôs e um pavilhão central, além de espaço para que os habitantes plantassem verduras e legumes. O pastor e centenas de seguidores se mudaram para lá em meados de 1977.

A única forma de contato com o mundo era um rádio de ondas curtas. Houve relatos de que Jones promovia um regime ditatorial, marcado por punições severas e pela presença de guardas armados para tentar evitar fugas.

Maior suicídio coletivo da humanidade deixou 918 pessoas mortas - Foto: Reprodução

O pastor também avisava aos seguidores que os serviços de segurança americanos estavam "conspirando contra Jonestown", e que uma das soluções seria um "suicídio revolucionário". Algo que, por sinal, teria sido ensaiado algumas vezes em assembleias.

Em 1978, alertado pela preocupação de parentes de integrantes da comuna, o deputado federal Leo Ryan viajou à Guiana com uma delegação de 18 pessoas para visitar Jonestown.

Depois de negociar entrada no local, a visita ocorreu em 17 de novembro. No dia seguinte, Ryan e mais quatro pessoas morreram a tiros em uma pista de pouso próxima ao assentamento. Poucas horas depois ocorreu o suicídio coletivo, considerado o maior da história.

Os relatos de sobreviventes falam em um "estado de transe coletivo", mas uma sinistra gravação dos procedimentos, que inclui discursos de Jones, contém gritos de agonia das pessoas envenenadas. Muitos dos que tentaram fugir foram mortos.



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