Neste 27 de Janeiro são decorridos oito anos do incêndio que destruiu a boate Kiss, na cidaqde gaúcha de Santa Maria, e que deixou o trágico saldo de 242 pessoas mortas, a maioria formada por jovens que ali se reuniam em confraternização.
O incêndio na boate Kiss foi uma tragédia que, além das 242 pessoas que perderam a vida, deixou 680 outras feridas, muitas em estado grave, com sequelas ao longo da vida. A tragédia ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, e foi provocada pela imprudência e pelas más condições de segurança no local.
O acidente foi considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, sendo superado apenas pela tragédia do Gran Circus Norte-Americano, ocorrida em 1961, em Niterói, que matou 503 pessoas; e teve características semelhantes às do incêndio ocorrido na Argentina, em 2004, na discoteca República Cromañón, no qual morreram 193, um número inferior à tragédia do Brasil.
Após o incêndio e em decorrência do clamor que se estabeleceu entre as famílias de Santa Maria e a repercussão em todo o país, montou-se uma investigação para a apuração das responsabilidades dos envolvidos, dentre eles os integrantes da banda, os donos da casa noturna e o poder público. O incêndio iniciou um debate no Brasil sobre a segurança e o uso de efeitos pirotécnicos em ambientes fechados com grande quantidade de pessoas. A responsabilidade da fiscalização dos locais também foi debatida na mídia. Houve manifestações nas imprensas nacional e mundial, que variaram de mensagens de solidariedade a críticas sobre as condições das boates no país e a omissão das autoridades.
O inquérito policial apontou muitos responsáveis pelo acidente mas poucos foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça. O inquérito policial-militar, por sua vez, foi condescendente com os bombeiros envolvidos no caso. A Justiça instaurou um processo e começou a ouvir depoimentos como preparação para o julgamento, porém os sobreviventes e parentes dos mortos receavam que a impunidade fosse a tônica do evento criminoso.
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna era distribuída em três ambientes - além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.
Decorridos oito anos, a tragédia de Santa Maria resulta apenas em dor, saudade e revolta. Até hoje não ocorreu o julgamento das pessoas apontadas nos inquéritos policiais como responsáveis por esse caso alarmante. Sucessivos adiamentos de julgamento na justiça têm ocorrido desde o fim dos inquéritos, com brigas intermináveis entre ministério público, justiça e advogados de defesa dos réus.