Arqueólogos no Peru fizeram uma descoberta surpreendente que pode reescrever parte da história das antigas civilizações americanas. Eles encontraram uma múmia de mais de 5 mil anos em um antigo depósito de lixo na região de Caral, no sítio arqueológico de Áspero, que foi um centro urbano da civilização Caral, a mais antiga das Américas.
Conforme o Ministério da Cultura do Peru, o corpo ainda preserva pele, cabelo e unhas, o que é extremamente raro, já que normalmente restam apenas ossos.
DESCOBERTA ABRE NOVAS POSSIBILIDADES
A localização da múmia surpreendeu os pesquisadores: ao invés de estar em um túmulo cerimonial, como era comum entre os povos antigos, ela foi enterrada entre restos descartados. A descoberta abre novas possibilidades de compreensão sobre a sociedade de Caral, que prosperou entre 3000 a.C. e 1800 a.C., destacando-se pela organização urbana, agricultura avançada e grande influência cultural na costa peruana.
A teoria predominante entre os arqueólogos é que o local de sepultamento indica uma posição social inferior, sugerindo que o indivíduo pode ter sido marginalizado ou considerado indigno dos ritos funerários tradicionais.
BOM ESTADO DE PRESERVAÇÃO
Isso implica que Caral tinha uma estrutura social mais estratificada do que se imaginava. Além disso, o bom estado de preservação do corpo levanta a hipótese de que os caralenses já dominavam técnicas rudimentares de conservação ou mumificação.
A descoberta amplia o entendimento sobre a vida em Caral e destaca a importância de estudar não apenas os grandes monumentos, mas também os espaços cotidianos, onde podem estar pistas sobre as camadas menos privilegiadas da sociedade.