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Assento 11A salvou uma vida? saiba a verdade sobre qual o assento mais seguro no avião

No voo da Air India, o assento 11A estava localizado na fileira da saída de emergência, do lado esquerdo, de acordo com o site SeatGuru.

Assento escolhido para voar pode oferecer mais chances de sobrevivência em caso de um acidente? | Foto: iStock
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Nos últimos dias, passageiros de todo o mundo têm voltado os olhos para o assento 11A. Foi ali que Viswash Kumar Ramesh, de 38 anos, estava sentado quando se tornou o único sobrevivente da queda de um Boeing 787-8 da Air India, logo após a decolagem em Ahmedabad, na Índia, na última quinta-feira.

Mas afinal, a localização do assento salvou sua vida?

Especialistas em aviação afirmam que, provavelmente, não. Não há evidência de que qualquer assento específico em um avião seja mais seguro que outro. Na prática, tentar prever onde sentar pensando em segurança raramente faz diferença.

"Se você estiver em um acidente, todas as apostas estão canceladas. Então escolha o assento que fizer você se sentir mais confortável", explica Jeff Guzzetti, ex-investigador da Administração Federal de Aviação (FAA) e do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos EUA.

A crença popular de que a parte traseira do avião seria mais segura também não se sustenta. Segundo Guzzetti, isso parte da ideia equivocada de que a frente sempre sofrerá o impacto primeiro, o que não é necessariamente verdade. "Você simplesmente não pode prever a dinâmica de uma queda", reforça o especialista.

No voo da Air India, o assento 11A estava localizado na fileira da saída de emergência, do lado esquerdo, de acordo com o site SeatGuru. Estar próximo a uma saída pode, em alguns casos, facilitar a evacuação. No entanto, segundo Ramesh contou à emissora estatal da Índia, o lado direito da aeronave foi completamente esmagado contra uma parede, impedindo que qualquer pessoa daquele lado conseguisse escapar, mesmo que tivesse sobrevivido ao impacto inicial.

Para Guzzetti, em casos como incêndios com a aeronave ainda em posição estável, uma saída de emergência pode representar uma vantagem. Mas, no acidente da Air India, ele acredita que a sobrevivência de Ramesh foi apenas questão de sorte.

Essa mesma visão é compartilhada por Shawn Pruchnicki, ex-investigador da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas dos EUA e professor de segurança na aviação na Universidade Estadual de Ohio. "Foi pura sorte. Em acidentes desse tipo, é raro alguém sobreviver tão próximo da frente da aeronave, ainda mais onde estão localizados os tanques de combustível", afirma, referindo-se ao fato de que, em um Boeing 787, os tanques ficam nas asas e na fuselagem entre elas.

O acidente da última quinta-feira é mais um em uma sequência recente de tragédias aéreas ao redor do mundo, como a colisão no ar em Washington em janeiro, e os acidentes registrados na Coreia do Sul e no Cazaquistão em dezembro.

Apesar do aumento nas preocupações de alguns passageiros, especialistas reforçam que voar continua sendo extremamente seguro. Acidentes ainda são eventos raríssimos, embora tenham grande repercussão quando ocorrem.

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