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'Avião do juízo final': como é a aeronave dos EUA feita para suportar ataques nucleares

Boeing E-4B Nightwatch, conhecido como “avião do juízo final”, é um centro de comando militar projetado para operar em crises extremas

'Avião do juízo final': como é a aeronave dos EUA feita para suportar ataques nucleares | Foto: Divulgação/Força Aérea dos EUA
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Um voo incomum do Boeing E-4B Nightwatch, conhecido como “Pentágono voador”, chamou atenção na última terça-feira (18), em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio. A aeronave, uma versão militar do Boeing 747-200, é um dos quatro "aviões do juízo final" dos EUA, projetada para atuar como centro de comando aéreo em emergências, como guerras nucleares.

Conforme o New York Post, o avião decolou de Bossier City, Louisiana, no início da noite e pousou na Base Conjunta Andrews, próxima a Washington, D.C., por volta das 22h. No sábado (21), o presidente Donald Trump anunciou a entrada oficial dos EUA no conflito entre Israel e Irã, ao ordenar ataques contra as principais instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan.

O que é o Boeing E-4B Nightwatch?

Segundo a Força Aérea dos EUA, o E-4B é projetado para suportar explosões nucleares e pulsos eletromagnéticos (EMP), assegurando a continuidade do comando militar em situações extremas.

Com capacidade para até 111 pessoas — incluindo o presidente, o secretário de Defesa e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas —, a aeronave, avaliada em US$ 223,2 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão), funciona como uma verdadeira fortaleza nos céus.

O “Pentágono voador” conta com 67 antenas parabólicas e outros sistemas de comunicação global, instalados em uma cúpula localizada no topo da aeronave. Graças ao reabastecimento em voo, pode operar continuamente por até 35 horas — e, em situações extremas, permanecer no ar por até uma semana.

O convés principal é organizado em seis áreas funcionais: comando, sala de conferências, sala de briefing, operações, comunicações e área de descanso, permitindo que as lideranças militares coordenem ações estratégicas em tempo real.

O E-4B conta com tecnologia avançada, incluindo comunicação via satélite e blindagem contra efeitos nucleares e térmicos. Curiosamente, o cockpit permanece analógico, pois é considerado mais confiável do que os painéis digitais em cenários extremos. 

Símbolo de prontidão militar

Embora o E-4B realize voos regulares para manter a prontidão, a recente missão ganhou destaque pelo contexto da entrada dos EUA no conflito. Desde 1980, ao menos uma das quatro aeronaves da frota permanece em alerta 24 horas por dia.

Além de sua função principal em crises, o E-4B também transporta autoridades como o secretário de Defesa e esteve no Brasil em 2022 para a Conferência de Ministros da Defesa. Diferente do Air Force One, o E-4B é projetado para atuar como centro de comando em cenários de guerra.

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