No interior da Pensilvânia, existe um fenômeno natural que desafia o senso comum: pedras que “cantam”. Em Ringing Rocks Park, no condado de Bucks, um campo de oito acres repleto de rochas de diabase recebe visitantes curiosos pelos sons metálicos e vibrantes que surgem quando as pedras são golpeadas. Em meio à paisagem tranquila e às áreas arborizadas, o parque abriga um mistério que há décadas intriga tanto pesquisadores quanto aventureiros.
Essas pedras peculiares, conhecidas como “rochas sonoras” ou “litofônicas”, levantam mais dúvidas do que certezas. Diversas hipóteses tentam explicar o motivo de produzirem sons semelhantes ao de sinos, mas nenhuma delas alcançou consenso entre os especialistas. Parte do encanto de Ringing Rocks Park está justamente nessa incerteza, que transforma cada visita numa experiência quase mística.
As rochas são formadas principalmente por diabase, uma rocha vulcânica criada a partir do resfriamento de lava há milhões de anos. Durante sua formação, passaram por um processo chamado “juntamento colunar”, que gera fraturas regulares. A combinação dessas rachaduras com a estrutura interna da rocha pode explicar seu som característico, segundo o especialista Ronald Sloto, da West Chester University.
O que dizem os pesquisadores
Mas outras teorias vão além da composição do material. Alguns pesquisadores acreditam que a disposição das pedras no campo contribui para a acústica incomum. Os espaços vazios entre os blocos funcionariam como câmaras que amplificam o som. Há também quem sugira que tensões internas, provocadas por mudanças climáticas ao longo do tempo, influenciam o comportamento sonoro das rochas.
Apesar das propostas, faltam estudos aprofundados. Até hoje, não há consenso científico sobre a origem exata do fenômeno. A ausência de testes específicos sobre as propriedades sonoras das pedras mantém o enigma vivo e alimenta ainda mais a curiosidade em torno do local.
Uma das tentativas mais antigas de explicação veio em 1970, quando os geólogos John Gibbons e Steven Schlossman analisaram o conjunto de rochas. Eles sugeriram que a alternância entre sol e sombra teria alterado os minerais da superfície, criando tensões que elevam a frequência de ressonância. A teoria, no entanto, enfrenta críticas de especialistas que questionam se esse processo seria uniforme o suficiente para produzir o efeito observado.
Mesmo sem respostas definitivas, o mistério permanece e continua a atrair visitantes. Embora haja outros locais no mundo com rochas sonoras, Ringing Rocks Park ocupa um espaço único no imaginário popular. Até que estudos mais avançados sejam conduzidos, o enigma das pedras que cantam seguirá ecoando entre turistas, cientistas e apaixonados pela natureza.