Na pequena cidade de Lanjaron, no sul da Espanha, a rotina é tranquila entre montanhas, fontes termais e ruelas medievais. Mas um detalhe curioso a destaca na Andaluzia: desde 1999, uma lei municipal “proíbe” morrer aos fins de semana.
O decreto, criado pelo então prefeito José Rubio, tem tom bem-humorado, mas surgiu de um problema real — o cemitério estava lotado e não havia espaço para novos sepultamentos. Enquanto a prefeitura buscava um novo terreno, Rubio transformou a situação em uma medida simbólica e irreverente.
O texto oficial do decreto recomendava que os cerca de 4 mil moradores da época “cuidassem da saúde” com todo o empenho, para evitar mortes até que a prefeitura resolvesse a falta de espaço no cemitério. Mais do que um alerta, o documento decretava: “Fica proibido morrer em Lanjaron.”
A medida ganhou destaque na imprensa internacional e foi recebida com bom humor pelos moradores. À época, o prefeito José Rubio afirmou ao Deseret News que “todos levaram a decisão com leveza e estavam dispostos a obedecer”.
Não se sabe se o novo cemitério de Lanjaron foi construído, mas o episódio tornou a cidade conhecida por uma das leis mais curiosas da Espanha. Famosa por suas águas minerais e banhos termais, Lanjaron também entrou para o grupo de cidades que usaram a legislação como forma de protesto criativo.
Em 2008, o vilarejo francês de Sarpourenx adotou medida semelhante, “banindo a morte” por falta de vagas no cemitério, com tom irônico e ameaça simbólica de punição.