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Especialista revela técnica usada pela CIA para descobrir mentirosos de forma fácil

Especialista em linguagem não verbal explica método usado por agentes americanos para expor mentiras com apenas uma pergunta

Especialista revela técnica usada pela CIA para descobrir mentirosos de forma fácil | Foto: SAUL LOEB / AFP
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Mentir é um comportamento universal, presente desde os primórdios da humanidade. Ainda que seja comum, identificar uma mentira continua sendo um desafio para a maioria das pessoas. No entanto, segundo o especialista em linguagem não verbal José Astorga, existe uma técnica usada pela CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) capaz de revelar mentirosos de forma simples e rápida.

Astorga, que acumula milhares de seguidores nas redes sociais, explicou que o método — conhecido pelos agentes americanos como “pergunta abrangente”, é extremamente eficaz para desmontar até os mentirosos mais experientes.

A pergunta que revela tudo

De acordo com o especialista, a técnica consiste em uma única pergunta, feita no momento certo.

“A CIA a chama de ‘pergunta abrangente’, porque revela tudo o que eles estão escondendo”, explicou Astorga.

O segredo, segundo ele, é guardar a pergunta para o final da conversa. A frase é simples, mas poderosa:

“O que é que você não me contou e acha que deveria me contar?”

Astorga afirma que esse questionamento direto costuma desestabilizar emocionalmente o mentiroso, já que a mentira exige esforço mental para ser mantida. “Ao ser confrontado com algo que ainda não disse, o cérebro do mentiroso precisa improvisar, e é aí que ele se confunde”, observou.

O esforço de sustentar uma mentira

Mentir é cognitivamente exaustivo. O mentiroso precisa lembrar do que já disse, manter coerência e evitar contradições. Por isso, perguntas inesperadas costumam gerar sinais claros de desconforto: pausas longas, gestos repetidos, mudanças na voz e microexpressões faciais.

“Os mentirosos geralmente são confiantes, mas impulsivos”, explica Astorga. “Diante de uma pergunta direta, eles perdem a naturalidade e se traem nos detalhes.”

Outros especialistas reforçam essa visão. Juan Manuel García “Pincho”, negociador treinado pelo FBI e especialista em linguagem não verbal, disse ao jornal La Vanguardia que mentirosos piscam pouco ou de forma nervosa. “A parte mais confiável para detectar mentiras é a linguística forense”, afirmou o agente da Guarda Civil espanhola.

Quando o corpo fala

A linguagem corporal também entrega sinais valiosos. Ex-agentes da CIA e do FBI relataram à revista Inc. que pessoas mentindo tendem a dar respostas longas demais para perguntas simples, evitar contato visual, cobrir a boca ao falar ou mexer as pernas e os pés, gestos que demonstram ansiedade e tentativa de controle emocional.

Esses indícios, embora sutis, são usados por investigadores e analistas comportamentais em interrogatórios e entrevistas de segurança. “O corpo sempre fala antes que a boca negue”, resume Astorga.

A ciência por trás da mentira

Estudos científicos também ajudam a entender o fenômeno. O pesquisador Emilio Gómez Milán, da Universidade de Granada, descobriu que a temperatura facial muda quando uma pessoa mente, um efeito conhecido como Pinóquio térmico.

“Quando mentimos, a temperatura da ponta do nariz cai entre 0,6 e 1,2 °C, enquanto a da testa sobe entre 0,6 e 1,5 °C. Quanto maior a diferença, mais provável é que a pessoa esteja mentindo”, explica o cientista.

A força de uma boa pergunta

Embora não exista uma fórmula infalível para detectar mentiras, a técnica da CIA mostra que a verdade pode ser revelada com inteligência e observação. A “pergunta abrangente” expõe incoerências justamente porque obriga o interlocutor a confrontar o que tentou esconder.

Como resume José Astorga, “é nesse momento de improviso que o mentiroso, quase sempre, se entrega”.

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