Amanda Knox
No dia 1º de novembro de 2007, em Perugia (Itália) a jovem britânica Meredith Kercher, com 21 anos de idade, foi encontrada morta em seu quarto na casa onde morava com mais três jovens (duas italianas - Filomena Romanelli e Laura Mezzetti e uma norte americana – Amanda Knox). Quando a polícia chegou ao local do crime, Amanda Knox estava acompanhada de seu namorado, Raffaele Sollecito. Os investigadores encontraram o corpo de Meredith em cima de sua cama. A garganta continha um corte profundo e haviam sinais de agressões e violência sexual. O cenário descrito pelos investigadores é assustador: as paredes estavam sujas de sangue e o corpo estava coberto por um edredom, ficando visível somente parte dos pés da jovem Meredith. Em depoimento, Amanda e Raffaele afirmaram que passaram a noite do crime na casa de Raffaele e pela manhã do dia 02 de novembro Amanda foi sozinha até sua casa para tomar banho e pegar mais roupas. Após tomar banho, Amanda se deparou com a porta do quarto de Meredith trancada, motivo pelo qual resolveu buscar seu namorado para ajudá-la a abrir a porta. Não conseguiram. Foi aí que decidiram chamar a polícia para verificarem o local. Amanda Knox e Raffaele Sollecito eram os únicos no local do crime quando a polícia chegou. No documentário Amanda Knox, lançado em 2016, a jovem afirma que assim que o corpo foi encontrado no local a polícia pediu para ambos esperarem do lado de fora da casa. Talvez o que tenha despertado suspeitas para o casal de namorados desde aquele momento foi o fato de ambos manterem-se relativamente calmos e trocando carícias enquanto o local do crime era periciado. Além disso, desde o início o promotor do caso, Giuliano Mignini (que chegou ao local do crime poucas horas após) cogitou a hipótese do crime ter sido cometido por uma mulher, pois segundo ele. “Quando a assassina é uma mulher, tende a cobrir o corpo de uma vítima mulher. Isso nunca ocorreria a um homem”. Certamente os dois argumentos iniciais são bastante rasos e insuficientes para cometer uma acusação tão grave. As investigações continuaram. Após a realização da perícia no corpo de Meredith, foi constatado que havia de fato ocorrido violência sexual contra a jovem. A partir de então as especulações sobre o caso tomaram maiores proporções, de maneira que os grandes tablóides mundiais começaram a vincular o cometimento do crime ao uso de drogas e práticas de orgias que fugiram do controle. O fato de Amanda ter permanecido cerca de cinco dias na casa de um rapaz que acabará de conhecer, alimentou a ideia de que a jovem estadunidense era promíscua e libertina demais. Chegou a ser chamada pela mídia Italiana de “fria e assassina” por sua postura frente às câmeras. Outro fato que chamou bastante a atenção dos investigadores foi que, quando Amanda foi chamada na casa onde morava com Meredith para verificar se faltava alguma faca na cozinha a jovem simplesmente começou a gritar e tampar os ouvidos ao olhar para a gaveta de facas. Para o promotor do caso, naquele momento a jovem teria se lembrado de cenas do crime praticado por ela.De fato, o argumento mais concreto que levou a prisão de Amanda Knox e Raffaele Sollecito no dia 06 de Novembro de 2007 foi uma faca encontrada na casa de Raffaele que continha no cabo o DNA de Amanda e na lâmina o DNA de Meredith. O casal permaneceu detido sob o argumento de que soltos poderiam fugir do país ou atrapalhar as investigações. Naquele momento a polícia acreditava que na noite do crime Amanda teria planejado uma noite de sexo grupal na casa onde as jovens moravam e que Meredith não teria aceitado a ideia, motivo pelo qual foi estuprada e morta. Além do casal, Amanda e Raffaele, o jovem Rudy Guede foi acusado de ter praticado o crime, pois segundo a perícia o DNA de Rudy foi encontrado no corpo de Meredith. Na sequência Rudy foi localizado na Alemanha e extraditado para Itália onde permaneceu preso desde então. Por fim, o dono do bar onde Amanda trabalhava, Patrick Lumumba, também foi acusado, pois em um de seus depoimentos a jovem americana afirmou ter visto Patrick na cena do crime. Patrick chegou a ficar preso por alguns dias, mas foi solto logo após Amanda ter mudado de versão e dizer que havia se confundido no momento do seu depoimento. Além disso, o álibi trazido por Patrick foi bastante convincente para polícia, que não conseguiu encaixar o proprietário do bar na cena do crime. Até hoje o caso é considerado sem resposta.