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OMS alerta: uma a cada seis pessoas sofre com a solidão no mundo

Grupos vulneráveis como pessoas com deficiência, refugiados, indígenas, LGBTQIA+ e minorias étnicas também enfrentam mais barreiras à conexão social,

O isolamento social atinge cerca de um terço dos idosos e um quarto dos adolescentes. | Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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Um relatório da Comissão sobre Conexão Social da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que uma em cada seis pessoas no mundo sofre com a solidão — condição que provoca impactos profundos na saúde física e mental. Segundo a OMS, a solidão está relacionada a cerca de 100 mortes por hora, somando mais de 871 mil óbitos por ano.

A organização define conexão social como os vínculos e interações entre as pessoas. Já a solidão é descrita como um sentimento doloroso gerado pela diferença entre as relações desejadas e as que se tem na realidade. O isolamento social, por sua vez, é a ausência objetiva de interações suficientes e não está ligado, neste contexto, ao distanciamento imposto durante a pandemia de covid-19.

“Em uma era de conexões ilimitadas, cada vez mais pessoas se sentem sozinhas e isoladas”, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele destacou que, além dos prejuízos individuais, a solidão custa bilhões à sociedade, impactando negativamente áreas como saúde, educação e trabalho.

Grupos mais afetados

A solidão atinge especialmente jovens e moradores de países de baixa e média renda. Entre 17% e 21% dos jovens de 13 a 29 anos relataram sentir-se solitários, com índices mais elevados entre adolescentes. Em países mais pobres, o percentual sobe para 24%, mais que o dobro registrado em nações ricas (11%). Já o isolamento social atinge cerca de um terço dos idosos e um quarto dos adolescentes.

Grupos vulneráveis como pessoas com deficiência, refugiados, indígenas, LGBTQIA+ e minorias étnicas também enfrentam mais barreiras à conexão social, muitas vezes ligadas à discriminação e exclusão.

Causas e consequências

Entre os fatores que contribuem para a solidão e o isolamento social estão a saúde precária, baixa renda e escolaridade, morar sozinho, ausência de políticas públicas eficazes e até o uso excessivo de tecnologias digitais. A OMS ressalta a importância de monitorar os impactos do tempo excessivo em telas e das interações online negativas sobre a saúde mental, especialmente entre os jovens.

Os efeitos da solidão são vastos: ela aumenta o risco de AVC, doenças cardíacas, diabetes, declínio cognitivo, depressão e morte precoce. Pessoas solitárias têm o dobro de chance de desenvolver depressão e também podem enfrentar ansiedade, pensamentos de automutilação ou suicídio.

Prejuízos sociais e econômicos

Adolescentes solitários têm 22% mais chances de tirar notas baixas, enquanto adultos nessa condição tendem a ganhar menos e enfrentar mais dificuldades no mercado de trabalho. A solidão também compromete a coesão social, resultando em comunidades menos seguras e produtivas.

Por outro lado, a conexão social fortalece a saúde e o bem-estar, ajuda na prevenção de doenças, estimula o aprendizado, fortalece a economia e torna as comunidades mais resilientes, inclusive diante de desastres. A OMS reforça que enfrentar a solidão deve ser tratado como prioridade de saúde pública.

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