Pesquisas apontam evidências de que já houve água líquida na superfície de Marte, o planeta vermelho, mas agora restam apenas imensas calotas de gelo, algumas tão grandes que caso derretessem seriam capazes de cobrir o planeta quase inteiro de água.
Segundo uma pesquisa publicada em 2024 pelo Instituto Smithsonian, foi descoberto que a Fossa de Medusa, uma região de mais de 300 quilômetros de extensão, pode conter camadas de gelo com mais de 3 quilômetros de profundidade por baixo de sua fina poeira.
As reservas de água encontradas na Fossa da Medusa estão, acreditam os cientistas, afundadas em uma camada de terra que varia de 300 a 600 metros de profundidade. Se derretido, esse gelo poderia cobrir Marte com um oceano de 1,5 a 2,7 metros de profundidade.
PODE ENCHER 160 MIL PISCINAS
A espessura da camada de poeira acumulada influencia diretamente o volume estimado de água congelada: caso a cobertura tenha 300 metros, o volume total de gelo chegaria a 400 mil km³.
Esta quantidade é o bastante para encher 160 mil piscinas olímpicas, mas não chega a ser 0,1% da água disponível na Terra. Com 600 metros de profundidade de poeira, o volume cairia para 220 mil km³. O professor Thomas Watters, cientista que liderou a descoberta, explicou o impacto desse depósito para o futuro.
Um depósito na Fossa da Medusa rico em gelo pode ser de grande valor para a futura exploração humana de Marte. Os depósitos estão localizados no equador marciano ao longo da fronteira entre as terras baixas do norte e as terras altas com muitas crateras, um local de pouso ideal para espaçonaves, pois a elevação mais baixa fornece mais atmosfera para desacelerar a descida de uma espaçonave.